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SAÚDE
Essa é a chamada janela imunológica nos exames que são feitos no sangue do doador antes da realização da transfusão
HIV só é detectado 16 dias após infecção
DA REPORTAGEM LOCAL
DA AGÊNCIA FOLHA
Se uma pessoa que foi infectada
com o vírus HIV doar sangue até
16 dias após a infecção, os exames
feitos na transfusão não detectarão o vírus. A afirmação é do
coordenador da Política Nacional
de Sangue e Hemoderivados do
Ministério da Saúde, João Paulo
Baccara. O período é conhecido
como janela imunológica.
Apesar disso, o coordenador diz
que o processo de transfusão de
sangue é seguro. "Há 7 milhões de
transfusões por ano. Estamos falando de apenas um caso nesse
universo", afirmou ele, em relação ao caso de contaminação
ocorrido em Campinas.
O programa DST/Aids do Ministério da Saúde informou que,
de 1980 até junho de 2004, 2.059
pessoas contraíram o vírus HIV
no país por meio de transfusão.
No ano passado, até junho, foram registrados 18 casos de contaminação via transfusão de sangue
-o que não indica que todos esses casos tenham ocorrido necessariamente naquele ano.
Para diminuir os riscos causados pela janela imunológica, Baccara afirma que o foco é a seleção
dos doadores. Uma das ações são
campanhas em escolas e empresas para conscientizar os possíveis
doadores sobre o risco de algumas atitudes.
Nos hemocentros especializados, a seleção de doadores é baseada no cadastro e em entrevistas sigilosas com o objetivo de
identificar todas as situações de
risco possíveis, tanto para a saúde
do doador quanto para a saúde de
quem vai receber o sangue.
São investigados de uso de medicamentos a comportamento de
risco para doenças sexualmente
transmissíveis. Depois da triagem
e da coleta, os hemocentros separam o sangue em componentes
que atenderão diferentes necessidades dos pacientes.
A transfusão pode ser necessária, por exemplo, para restabelecer ou estabilizar a condição clínica de um paciente em casos de
anemia aguda (falta de glóbulos
vermelhos ou hemácias), em razão de cirurgia, acidente ou úlcera
gástrica e anemia crônica decorrente de quimioterapia.
De acordo com o Hemocentro
da Unicamp, considerado referência no Estado, o sangue permanece em quarentena até que se
concluam todo os testes exigidos.
Depois de realizados testes de
triagem sorológica, o sangue é
disponibilizado para as provas
chamadas pré-transfusionais (de
compatibilidade sangüínea).
No entanto, os hemocentros admitem que, mesmo com todo o rigor, é possível a ocorrência de
transmissão de doenças infecciosas, como hepatites B e C, doença
de Chagas, sífilis e Aids. (FÁBIO TAKAHASHI E MAURÍCIO SIMIONATO)
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