São Paulo, sábado, 06 de agosto de 2005

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SAÚDE

Essa é a chamada janela imunológica nos exames que são feitos no sangue do doador antes da realização da transfusão

HIV só é detectado 16 dias após infecção

DA REPORTAGEM LOCAL

DA AGÊNCIA FOLHA

Se uma pessoa que foi infectada com o vírus HIV doar sangue até 16 dias após a infecção, os exames feitos na transfusão não detectarão o vírus. A afirmação é do coordenador da Política Nacional de Sangue e Hemoderivados do Ministério da Saúde, João Paulo Baccara. O período é conhecido como janela imunológica.
Apesar disso, o coordenador diz que o processo de transfusão de sangue é seguro. "Há 7 milhões de transfusões por ano. Estamos falando de apenas um caso nesse universo", afirmou ele, em relação ao caso de contaminação ocorrido em Campinas.
O programa DST/Aids do Ministério da Saúde informou que, de 1980 até junho de 2004, 2.059 pessoas contraíram o vírus HIV no país por meio de transfusão.
No ano passado, até junho, foram registrados 18 casos de contaminação via transfusão de sangue -o que não indica que todos esses casos tenham ocorrido necessariamente naquele ano.
Para diminuir os riscos causados pela janela imunológica, Baccara afirma que o foco é a seleção dos doadores. Uma das ações são campanhas em escolas e empresas para conscientizar os possíveis doadores sobre o risco de algumas atitudes.
Nos hemocentros especializados, a seleção de doadores é baseada no cadastro e em entrevistas sigilosas com o objetivo de identificar todas as situações de risco possíveis, tanto para a saúde do doador quanto para a saúde de quem vai receber o sangue.
São investigados de uso de medicamentos a comportamento de risco para doenças sexualmente transmissíveis. Depois da triagem e da coleta, os hemocentros separam o sangue em componentes que atenderão diferentes necessidades dos pacientes.
A transfusão pode ser necessária, por exemplo, para restabelecer ou estabilizar a condição clínica de um paciente em casos de anemia aguda (falta de glóbulos vermelhos ou hemácias), em razão de cirurgia, acidente ou úlcera gástrica e anemia crônica decorrente de quimioterapia.
De acordo com o Hemocentro da Unicamp, considerado referência no Estado, o sangue permanece em quarentena até que se concluam todo os testes exigidos.
Depois de realizados testes de triagem sorológica, o sangue é disponibilizado para as provas chamadas pré-transfusionais (de compatibilidade sangüínea).
No entanto, os hemocentros admitem que, mesmo com todo o rigor, é possível a ocorrência de transmissão de doenças infecciosas, como hepatites B e C, doença de Chagas, sífilis e Aids. (FÁBIO TAKAHASHI E MAURÍCIO SIMIONATO)

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