São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009

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Analistas criticam crédito para curso fraco

Oscar Hipólito e Ryon Braga afirmam que critérios usados pelo MEC para socorrer instituições deveriam ser mais rigorosos

Já o consultor Carlos Monteiro defende que as instituições de ensino com notas mais baixas é que mais precisam de ajuda

ANA SOUSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Para o pesquisador Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto de Física da USP, os critérios utilizados pelo MEC para conceder o financiamento às instituições de ensino superior deveriam ser mais rigorosos.
"O empréstimo deveria ser dado para as instituições com 100% dos cursos com média igual ou superior a 3 no Enade", diz o pesquisador. "Dois é um conceito insuficiente, que o MEC não recomenda. Se exigir que só 70% dos cursos tenham nota igual ou superior a 3, o restante dos cursos pode ter notas inferiores."
As exigências também são consideradas um ponto crítico pelo consultor Ryon Braga, da Hoper. "A ideia de ligar o financiamento ao mérito é boa, mas os critérios de avaliação são muito baixos."
O analista acredita que a exigência de uma nota maior no Enade excluiria a necessidade de outros critérios para a concessão do financiamento. "Vai ser difícil avaliar quais instituições foram reconhecidas pelo quê", afirma.
Já o consultor Carlos Monteiro considera que o critério de avaliação deveria ser mais brando. "Respeito a opção de ligar o crédito ao mérito, mas, com esse critério, os recursos não vão para as instituições que mais precisam", afirma.
Uma alternativa, segundo o especialista, seria a concessão de empréstimos a partir de propostas de reestruturação. "Uma instituição pode não ter nota 3, mas pode ter um plano de melhorias excelente."
Já o consultor Benny de Almeida, da Cesad (Consultoria em Ensino Superior e Administração), não discute os critérios, mas questiona a necessidade da fiscalização contra o uso indevido do dinheiro. "Minha preocupação é o governo financiar e o dinheiro ser usado para outras finalidades. Seria interessante que algum órgão como o TCU supervisionasse o destino dessas verbas", diz.


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