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Analistas criticam crédito para curso fraco
Oscar Hipólito e Ryon Braga afirmam que critérios usados pelo MEC para socorrer instituições deveriam ser mais rigorosos
Já o consultor Carlos Monteiro defende que as instituições de ensino com notas mais baixas é que mais precisam de ajuda
ANA SOUSA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Para o pesquisador Oscar Hipólito, ex-diretor do Instituto
de Física da USP, os critérios
utilizados pelo MEC para conceder o financiamento às instituições de ensino superior deveriam ser mais rigorosos.
"O empréstimo deveria ser
dado para as instituições com
100% dos cursos com média
igual ou superior a 3 no Enade",
diz o pesquisador. "Dois é um
conceito insuficiente, que o
MEC não recomenda. Se exigir
que só 70% dos cursos tenham
nota igual ou superior a 3, o restante dos cursos pode ter notas
inferiores."
As exigências também são
consideradas um ponto crítico
pelo consultor Ryon Braga, da
Hoper. "A ideia de ligar o financiamento ao mérito é boa, mas
os critérios de avaliação são
muito baixos."
O analista acredita que a exigência de uma nota maior no
Enade excluiria a necessidade
de outros critérios para a concessão do financiamento. "Vai
ser difícil avaliar quais instituições foram reconhecidas pelo
quê", afirma.
Já o consultor Carlos Monteiro considera que o critério
de avaliação deveria ser mais
brando. "Respeito a opção de ligar o crédito ao mérito, mas,
com esse critério, os recursos
não vão para as instituições que
mais precisam", afirma.
Uma alternativa, segundo o
especialista, seria a concessão
de empréstimos a partir de propostas de reestruturação.
"Uma instituição pode não ter
nota 3, mas pode ter um plano
de melhorias excelente."
Já o consultor Benny de Almeida, da Cesad (Consultoria
em Ensino Superior e Administração), não discute os critérios, mas questiona a necessidade da fiscalização contra o
uso indevido do dinheiro. "Minha preocupação é o governo
financiar e o dinheiro ser usado
para outras finalidades. Seria
interessante que algum órgão
como o TCU supervisionasse o
destino dessas verbas", diz.
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