São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009

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Mais rígidos que a lei, hotéis proíbem cigarro

Alguns locais chegam a banir o fumo de todos os quartos, apesar de permitido pelas novas regras, que começam a valer à 0h desta sexta

Justificativas são que a limpeza dos quartos de fumantes é mais cara e que a procura pelos de não fumantes é muito maior

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

Mesmo autorizados pela lei antifumo -que entra em vigor à 0h desta sexta- a manter quartos para fumantes, alguns hotéis avançam sobre o espírito da proibição e reduzem o número de andares de fumantes ou chegam a banir o cigarro de todas as dependências. Pela nova legislação, é permitido fumar em quartos de hotéis e motéis porque são considerados extensões da casa do hóspede.
Em três dos cinco hotéis da rede Ibis em São Paulo já é proibido fumar em toda parte, até nos quartos. Com a nova lei, os outros dois também passarão a ser 100% não fumantes.
"Se o hóspede continuar fumando, recomendaremos outro hotel. Todos os quartos vão ser convertidos a não fumante", diz Helio Gelinski, gerente geral do Ibis Morumbi.
A justificativa é duplamente econômica. Primeiro, porque a limpeza e a higienização dos quartos destinados a fumantes é mais cara e trabalhosa -uma máquina precisa ficar algumas horas ligada para remover o cheiro de fumaça, o que impede a ocupação por um novo hóspede. Segundo, porque a procura pelos quartos para não fumantes é muito maior.
Desde a reserva, o hóspede é avisado de que naquele hotel o fumo não é tolerado nem mesmo nos quartos. E avisos estão espalhados por toda a parte.
Desde a proibição ao fumo nos quartos, que começou há um ano, época em que a lei foi enviada à Assembleia, um único hóspede saiu do hotel porque disse que não aguentaria ficar sem fumar, informa a gerência do Ibis.
Um sistema para detecção de fumaça foi instalado em todos os quartos. Quando um hóspede fuma, a recepção é alertada.

Menos andares
Quando foi inaugurado em 2001, o hotel de luxo Emiliano tinha 5 dos 19 andares destinados a fumantes. Hoje, dos 57 quartos, em apenas seis pode-se fumar. "Com a lei, até gostaríamos de deixar o hotel inteiro não fumante, mas tem sempre alguém que pede", afirma o diretor-executivo Gustavo Filgueiras.
Na região da avenida Luiz Carlos Berrini (zona oeste), o Hilton foi outro hotel que reduziu o espaço para os fumantes, passando de cinco para dois os andares onde o cigarro é liberado nos quartos. Amanhã, o cinzeiro também será retirado da suíte presidencial, um dos poucos entre os 487 apartamentos onde se fumava.
"Vai chegar o momento em que o hotel vai ser 100% não fumante", diz o gerente-geral do Hilton, Patricio Alvarez.
Fumar agora é proibido em lugares fechados de uso coletivo de todo o Estado de São Paulo e não será mais tolerado em bares, boates e restaurantes, como era até hoje.
Basicamente, o cigarro só será permitido ao ar livre, dentro de casa ou do próprio carro. Ficam assim extintos os chamados fumódromos e as áreas de fumantes.


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