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Mais rígidos que a lei, hotéis proíbem cigarro
Alguns locais chegam a banir o fumo de todos os quartos, apesar de permitido pelas novas regras, que começam a valer à 0h desta sexta
Justificativas são que a limpeza dos quartos
de fumantes é mais cara e que a procura pelos de não fumantes é muito maior
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mesmo autorizados pela lei
antifumo -que entra em vigor
à 0h desta sexta- a manter
quartos para fumantes, alguns
hotéis avançam sobre o espírito
da proibição e reduzem o número de andares de fumantes
ou chegam a banir o cigarro de
todas as dependências. Pela nova legislação, é permitido fumar em quartos de hotéis e motéis porque são considerados
extensões da casa do hóspede.
Em três dos cinco hotéis da
rede Ibis em São Paulo já é
proibido fumar em toda parte,
até nos quartos. Com a nova lei,
os outros dois também passarão a ser 100% não fumantes.
"Se o hóspede continuar fumando, recomendaremos outro hotel. Todos os quartos vão
ser convertidos a não fumante", diz Helio Gelinski, gerente
geral do Ibis Morumbi.
A justificativa é duplamente
econômica. Primeiro, porque a
limpeza e a higienização dos
quartos destinados a fumantes
é mais cara e trabalhosa -uma
máquina precisa ficar algumas
horas ligada para remover o
cheiro de fumaça, o que impede
a ocupação por um novo hóspede. Segundo, porque a procura
pelos quartos para não fumantes é muito maior.
Desde a reserva, o hóspede é
avisado de que naquele hotel o
fumo não é tolerado nem mesmo nos quartos. E avisos estão
espalhados por toda a parte.
Desde a proibição ao fumo
nos quartos, que começou há
um ano, época em que a lei foi
enviada à Assembleia, um único hóspede saiu do hotel porque disse que não aguentaria ficar sem fumar, informa a gerência do Ibis.
Um sistema para detecção de
fumaça foi instalado em todos
os quartos. Quando um hóspede fuma, a recepção é alertada.
Menos andares
Quando foi inaugurado em
2001, o hotel de luxo Emiliano
tinha 5 dos 19 andares destinados a fumantes. Hoje, dos 57
quartos, em apenas seis pode-se fumar. "Com a lei, até gostaríamos de deixar o hotel inteiro
não fumante, mas tem sempre
alguém que pede", afirma o
diretor-executivo Gustavo
Filgueiras.
Na região da avenida Luiz
Carlos Berrini (zona oeste), o
Hilton foi outro hotel que reduziu o espaço para os fumantes,
passando de cinco para dois os
andares onde o cigarro é liberado nos quartos. Amanhã, o cinzeiro também será retirado da
suíte presidencial, um dos poucos entre os 487 apartamentos
onde se fumava.
"Vai chegar o momento em
que o hotel vai ser 100% não fumante", diz o gerente-geral do
Hilton, Patricio Alvarez.
Fumar agora é proibido em
lugares fechados de uso coletivo de todo o Estado de São Paulo e não será mais tolerado em
bares, boates e restaurantes,
como era até hoje.
Basicamente, o cigarro só será permitido ao ar livre, dentro
de casa ou do próprio carro. Ficam assim extintos os chamados fumódromos e as áreas de
fumantes.
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