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Servidor da UFRJ descarta resistência
RONI LIMA
da Sucursal do Rio
Funcionários que ocupam a reitoria da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) decidiram
ontem, em assembléia, não resistir à ação policial que visa retirá-los hoje do local, em cumprimento a uma ordem judicial.
"Não enfrentaremos a polícia.
Entre nós não há baderneiros",
disse o secretário de pós-graduação do Instituto de Psicologia da
UFRJ, Luiz Antônio Barbosa, 37.
Hoje, às 18h, termina o prazo
dado pela Justiça Federal para que
funcionários e estudantes desocupem o andar da reitoria, no campus da ilha do Fundão (zona norte
do Rio), invadido em 7 de julho.
Com apoio de professores da
UFRJ, funcionários e estudantes
tentam evitar a entrada do reitor
José Henrique Vilhena, cuja nomeação foi decidida a partir de
uma lista tríplice enviada ao Ministério da Educação.
Apesar de sua escolha pelo MEC
ser legal, Vilhena não foi o mais
votado para o cargo em consulta
promovida na UFRJ, ficando em
terceiro no colégio eleitoral.
Embora funcionários que ocupam a reitoria afirmem que não
querem o confronto, estudantes
-que não quiseram dar os nomes- disseram que pensam em
deitar no chão, para que tenham
de ser carregados pelos policiais.
Ao reconhecer a disposição de
alguns estudantes em resistir dessa forma, Barbosa afirmou que os
funcionários estão trabalhando
para "tentar chegar a um acordo", com o objetivo de haver um
"ato pacífico".
Segundo ele, a partir das 12h de
hoje, será realizado um ato cultural e político, reunindo artistas e
parlamentares, para protestar
"contra esse tipo de intervenção
do MEC". O candidato mais votado pela comunidade universitária
para o cargo de reitor, Aloísio Teixeira, confirmou presença.
A Superintendência da Polícia
Federal no Rio informou que cerca de 200 policiais federais e militares deverão estar no campus hoje para garantir a desocupação. A
Polícia Militar informou, porém,
que apenas dez PMs irão à UFRJ.
Os advogados do sindicato dos
trabalhadores e da associação dos
docentes da UFRJ entraram ontem, no Tribunal Regional Federal, com recursos para tentar derrubar a liminar de desocupação
concedida pela 10ª Vara Federal.
Até as 18h, não havia uma decisão
do tribunal.
A Folha tentou falar com o reitor Vilhena sobre os protestos
contra a sua posse. Sua assessoria
informou que não sabia onde ele
se encontrava. Ontem à tarde, os
integrantes do Conselho de Ensino e Graduação da UFRJ divulgaram nota em que criticam a falta
de empenho da administração
passada -na qual Vilhena era vice-reitor- para conseguir verbas
para a universidade.
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