São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

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BARBARA GANCIA

De peruca, ele lembra alguém e não é o Lalau

Escrevo antes de saber se Gustavo Kuerten irá ou não participar da Olimpíada de Sydney.
Enquanto batuco o meu tecladinho, representantes da Diadora, um dos patrocinadores do tenista, e da Olympikus, que veste a delegação brasileira nos jogos australianos, devem estar sentados em volta de uma mesa decidindo se privam ou não o Guga e o resto do país de uma eventual medalha que, dependendo da lua do tenista, pode até ser de ouro.
Pois eu não quero saber se as duas marcas chegarão a um consenso, se o Guga vai ter de usar este ou aquele logotipo em quadra ou se fica em casa.
O simples fato de que a sorte de um esportista, que conquistou por mérito o privilégio de participar de uma Olimpíada, está nas mãos de algum executivo banana, que talvez nem saiba empunhar uma raquete, já é o suficiente para tirar do sério.
Posso dizer com convicção que, anos atrás, ninguém, nem mesmo o Michael Jordan, tinha mais entusiasmo pelos produtos da Nike do que eu. Na quadra de tênis, na praia, no campo de golfe, onde fosse, você certamente ia dar de cara com uma Barbara Gancia adornada pelo símbolo da empresa de Seattle -literalmente- dos pés à cabeça.
Hoje em dia, depois daqueles pequenos contratempos, na forma de denúncias de trabalho escravo e suspeitas de ingerência na seleção brasileira, os artigos da Nike não entram mais pela minha porta.
Aliás, minto. Uma vez por semana entra um solitário boné da Nike, pertencente ao rapaz que faz as entregas da quitanda.
A Diadora e a Olympikus que fiquem bem avisadas: o impasse com o tenista acaba de colocá-las na minha lista negra. Mais um deslize e terão o mesmo destino que a Nike.
E sorte das duas empresas que eu não estou levando a questão a ferro e fogo, uma vez que faço parte da turma que acha que tênis (o esporte) não tem rigorosamente nada a ver com Olimpíada. A mesma coisa se aplica ao futebol, claro. O que tem a orelha esquerda a ver com as meias?
Mas, já que o juiz Lalau, o fugitivo que todos amam odiar, sumiu do mapa, vamos pegar no pé do tadinho do Luxemburgo.
Que falta de piedade! Já não basta o mundo inteiro ter descoberto que ele se ama tanto, mas tanto, que foi arrumar uma amiguinha que é ele de airbag? Experimente colocar uma peruca morena no nosso Wandeco para ver se ele não se transforma na tal da Renata Carla. É tiro e queda.

QUALQUER NOTA

Nivelzinho
Pode ter sido um estupor ver Maluf dar baile nos adversários, mas não entendi o cenário do debate na TV, com reproduções de carteiras de identidade e frases rabiscadas. Será que havia mesmo um palavrão escrito atrás da cabeça do mediador?

Bye bye, Brazil
Bernardo Bichucher, que apresenta na Globo uma série de reportagens sobre a Austrália, é um ex-executivo da emissora que, há cinco anos, emigrou para a terra do canguru. Basta ver a empolgação e o humor que exibe no quadro para saber que ele não se arrepende da mudança.



E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/




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