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BARBARA GANCIA
De peruca, ele lembra alguém e não é o Lalau
Escrevo antes de saber se
Gustavo Kuerten irá ou não
participar da Olimpíada de
Sydney.
Enquanto batuco o meu tecladinho, representantes da Diadora, um dos patrocinadores do tenista, e da Olympikus, que veste a
delegação brasileira nos jogos
australianos, devem estar sentados em volta de uma mesa decidindo se privam ou não o Guga e
o resto do país de uma eventual
medalha que, dependendo da lua
do tenista, pode até ser de ouro.
Pois eu não quero saber se as
duas marcas chegarão a um consenso, se o Guga vai ter de usar este ou aquele logotipo em quadra
ou se fica em casa.
O simples fato de que a sorte de
um esportista, que conquistou por
mérito o privilégio de participar
de uma Olimpíada, está nas mãos
de algum executivo banana, que
talvez nem saiba empunhar uma
raquete, já é o suficiente para tirar do sério.
Posso dizer com convicção que,
anos atrás, ninguém, nem mesmo
o Michael Jordan, tinha mais entusiasmo pelos produtos da Nike
do que eu. Na quadra de tênis, na
praia, no campo de golfe, onde
fosse, você certamente ia dar de
cara com uma Barbara Gancia
adornada pelo símbolo da empresa de Seattle -literalmente-
dos pés à cabeça.
Hoje em dia, depois daqueles
pequenos contratempos, na forma de denúncias de trabalho escravo e suspeitas de ingerência na
seleção brasileira, os artigos da
Nike não entram mais pela minha porta.
Aliás, minto. Uma vez por semana entra um solitário boné da
Nike, pertencente ao rapaz que
faz as entregas da quitanda.
A Diadora e a Olympikus que fiquem bem avisadas: o impasse
com o tenista acaba de colocá-las
na minha lista negra. Mais um
deslize e terão o mesmo destino
que a Nike.
E sorte das duas empresas que
eu não estou levando a questão a
ferro e fogo, uma vez que faço
parte da turma que acha que tênis (o esporte) não tem rigorosamente nada a ver com Olimpíada. A mesma coisa se aplica ao futebol, claro. O que tem a orelha
esquerda a ver com as meias?
Mas, já que o juiz Lalau, o fugitivo que todos amam odiar, sumiu do mapa, vamos pegar no pé
do tadinho do Luxemburgo.
Que falta de piedade! Já não
basta o mundo inteiro ter descoberto que ele se ama tanto, mas
tanto, que foi arrumar uma amiguinha que é ele de airbag? Experimente colocar uma peruca morena no nosso Wandeco para ver
se ele não se transforma na tal da
Renata Carla. É tiro e queda.
QUALQUER NOTA
Nivelzinho
Pode ter sido um estupor ver
Maluf dar baile nos adversários, mas não entendi o cenário do debate na TV, com reproduções de carteiras de
identidade e frases rabiscadas. Será que havia mesmo
um palavrão escrito atrás da
cabeça do mediador?
Bye bye, Brazil
Bernardo Bichucher, que
apresenta na Globo uma série
de reportagens sobre a Austrália, é um ex-executivo da
emissora que, há cinco anos,
emigrou para a terra do canguru. Basta ver a empolgação
e o humor que exibe no quadro para saber que ele não se
arrepende da mudança.
E-mail - barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/
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