São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

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Presídio é dividido de acordo com facções no Rio

DA SUCURSAL DO RIO

Os 48 detentos de Bangu 1 são divididos por quatro galerias conforme a facção criminosa em que atuam, para evitar confrontos entre eles -os presos mais perigosos do Rio, que, mesmo encarcerados, continuam gerindo seus negócios.
Bangu 1 está lotado. A galeria A aloja integrantes da ADA (Amigos dos Amigos), facção que presta serviços a outros traficantes.
O líder é Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, um dos suspeitos de encomendar a morte de Sidneya Santos de Jesus. Preso em 1996, Uê ainda lidera, de dentro de Bangu 1, o tráfico no morro do Adeus (zona norte) e na zona portuária.
Nas galerias B e D ficam integrantes do Comando Vermelho, como Denir Leandro da Silva (Dênis da Rocinha), Marcelo Soares de Medeiros (Marcelo PQD) e os dois Marcinhos VP -Márcio Amaro de Oliveira, de Botafogo (zona sul), e Márcio Nepomuceno, do complexo do Alemão (zona norte), também suspeito de envolvimento na morte.
A galeria C abriga presos do Terceiro Comando e neutros. O mais conhecido é Romildo de Souza, o Miltinho do Dendê, chefe do tráfico na Ilha do Governador -bairro em que a diretora vivia e foi morta. Miltinho também é citado como suspeito.
A penitenciária Laércio da Costa Pellegrino (Bangu 1) foi inaugurada em 1988 como unidade de segurança máxima, para substituir o presídio da Ilha Grande, desativado em 1994.
Bangu 1 tem celas individuais, cada uma com duas portas automáticas -uma de aço e outra de grades. Nos corredores, há um circuito interno de TV. Na entrada, há dois detectores de metal. Os muros, de sete metros de altura, têm rolos de arame farpado.
Alguns episódios mostraram a fragilidade da "segurança máxima" do presídio. Em 1997, por exemplo, uma guerra entre presos, em que houve até tiroteio dentro do presídio, deixou seis mortos. Na ocasião, a polícia achou na galeria A duas granadas, uma pistola, munição e facas artesanais. (FE, ST e PD)



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