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Diretora era tida como linha-dura
DA SUCURSAL DO RIO
No cargo havia seis anos, Sidneya Santos de Jesus era considerada por detentos e agentes penitenciários uma diretora linha-dura e
já havia comentado que recebia
ameaças de morte havia pelo menos dois meses.
Em agosto, ela vetou a transferência de Ernaldo Pinto de Medeiros, o Uê, para um presídio de
segurança intermediária.
A transferência fora autorizada
pela Justiça, mas a avaliação da diretora do Bangu 1 foi decisiva para
impedir a mudança.
Sidneya ordenou que a revista
nas celas fosse mais rigorosa e
cortou privilégios dos presos, o
que aumentou o clima de tensão
na penitenciária. A ordem também contrariou os agentes penitenciários, que estariam cobrando dinheiro dos presos pelas regalias, como entrada de armas.
Sidneya determinou que houvesse mais fiscalização sobre os
advogados em visita aos clientes.
Quando a CPI do Narcotráfico
esteve em Bangu 1, no semestre
passado, a diretora falou do grande número de advogados cadastrados pelos presos e da frequência das visitas. Uê tinha 24 advogados. Márcio Nepomuceno, o
Marcinho VP, do complexo do
Alemão, 23. Denir Leandro da Silva, o Dênis da Rocinha, 21. Alguns
presos receberam à época visitas
por 14 dias consecutivos.
"Ela me disse que estava recebendo ameaças, mas não foi muito clara a respeito, não disse de
quem eram essas ameaças", afirmou o padre Bruno Trombetta,
coordenador da Pastoral Penal da
Arquidiocese do Rio de Janeiro.
Trombetta disse que conversou
com a diretora sobre as reclamações dos presos, como a violação
de correspondência e o fato de os
detentos não poderem trabalhar
nem estudar. "Acho que ela se
sentia espremida entre as pressões dos governos, dos presos e
dos agentes", afirmou o padre.
A diretora do Bangu 1 morava
na Ilha do Governador, com o pai
e o filho adolescente. Sidneya começou na carreira como agente
penitenciária.
(FE e ST)
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