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VIOLÊNCIA
Marido confessou crime cometido na última quarta
Polícia de Santos procura partes de corpo de mulher esquartejada
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Policiais civis e militares e três
cães farejadores procuravam desde o início da manhã de ontem
partes do corpo da dona-de-casa
Márcia Luiz Soares Gonçalves, 38,
no lixão da Alemoa, em Santos.
Seu marido, o vigilante e lutador de caratê Cláudio Gonçalves,
44, confessou ter esquartejado
Márcia na quarta-feira passada,
no apartamento onde moravam,
no bairro de Encruzilhada. Ele está preso no 5º Distrito Policial.
Segundo Gonçalves, as partes
do corpo foram postas em três sacos plásticos pretos que ele deixou
em dois pontos de Santos. A polícia acredita que os sacos foram levados ao aterro, que recebe todo o
lixo da cidade (700 toneladas por
dia, segundo a prefeitura).
O caso chegou à polícia na noite
de domingo, quando uma irmã
registrou ocorrência do desaparecimento de Márcia. Na manhã de
segunda-feira, o caso chegou ao
4º DP. À tarde, a primeira pessoa
ouvida pela polícia foi o próprio
marido, que caiu em contradição
e acabou confessando o crime.
Segundo Gonçalves, na tarde de
quarta-feira, a mulher chegou ao
apartamento onde moravam com
um cachorro da irmã. Ele disse ter
reclamado do cachorro, que teria
mordido um dos dois filhos do
casal e sujado a sala e um quarto.
O marido teria exigido que a mulher devolvesse o animal.
O vigilante disse que Márcia
ameaçou pegar uma faca. Ele a
empurrou da cozinha para a sala,
onde ela teria tropeçado e batido a
cabeça numa mesa. Ao ver a mulher morta, decidiu se livrar do
corpo. Ele disse ter levado três horas para cortar o cadáver com um
serrote e embalar os pedaços.
O delegado titular do 4º DP de
Santos, João Milhan Gonçalves,
disse que, apesar da confissão e
dos vestígios na casa, encontrar
ao menos uma das partes do corpo é fundamental para materializar a prova. "Para efeitos policiais,
o crime está esclarecido, mas, para efeitos de condenação na Justiça, ainda falta encontrar o corpo."
Gonçalves teve a prisão temporária de 30 dias decretada e está
isolado numa cela para não ser alvo de represália de outros presos.
A mãe de Gonçalves, Tereza
Maria Jesus Gonçalves, 65, foi indiciada sob acusação de ocultação
de cadáver. Ela teria entrado no
apartamento para limpar vestígios de sangue. A reportagem não
conseguiu falar com ela.
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