São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

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VIOLÊNCIA
Marido confessou crime cometido na última quarta
Polícia de Santos procura partes de corpo de mulher esquartejada

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Policiais civis e militares e três cães farejadores procuravam desde o início da manhã de ontem partes do corpo da dona-de-casa Márcia Luiz Soares Gonçalves, 38, no lixão da Alemoa, em Santos.
Seu marido, o vigilante e lutador de caratê Cláudio Gonçalves, 44, confessou ter esquartejado Márcia na quarta-feira passada, no apartamento onde moravam, no bairro de Encruzilhada. Ele está preso no 5º Distrito Policial.
Segundo Gonçalves, as partes do corpo foram postas em três sacos plásticos pretos que ele deixou em dois pontos de Santos. A polícia acredita que os sacos foram levados ao aterro, que recebe todo o lixo da cidade (700 toneladas por dia, segundo a prefeitura).
O caso chegou à polícia na noite de domingo, quando uma irmã registrou ocorrência do desaparecimento de Márcia. Na manhã de segunda-feira, o caso chegou ao 4º DP. À tarde, a primeira pessoa ouvida pela polícia foi o próprio marido, que caiu em contradição e acabou confessando o crime.
Segundo Gonçalves, na tarde de quarta-feira, a mulher chegou ao apartamento onde moravam com um cachorro da irmã. Ele disse ter reclamado do cachorro, que teria mordido um dos dois filhos do casal e sujado a sala e um quarto. O marido teria exigido que a mulher devolvesse o animal.
O vigilante disse que Márcia ameaçou pegar uma faca. Ele a empurrou da cozinha para a sala, onde ela teria tropeçado e batido a cabeça numa mesa. Ao ver a mulher morta, decidiu se livrar do corpo. Ele disse ter levado três horas para cortar o cadáver com um serrote e embalar os pedaços.
O delegado titular do 4º DP de Santos, João Milhan Gonçalves, disse que, apesar da confissão e dos vestígios na casa, encontrar ao menos uma das partes do corpo é fundamental para materializar a prova. "Para efeitos policiais, o crime está esclarecido, mas, para efeitos de condenação na Justiça, ainda falta encontrar o corpo."
Gonçalves teve a prisão temporária de 30 dias decretada e está isolado numa cela para não ser alvo de represália de outros presos.
A mãe de Gonçalves, Tereza Maria Jesus Gonçalves, 65, foi indiciada sob acusação de ocultação de cadáver. Ela teria entrado no apartamento para limpar vestígios de sangue. A reportagem não conseguiu falar com ela.


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