São Paulo, quarta-feira, 06 de setembro de 2000

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IMPRENSA
Médicos visitam Pimenta Neves, que não se alimenta
Supremo nega novo pedido para libertar jornalista de cela em DP

DA REPORTAGEM LOCAL

O ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), arquivou ontem o pedido de habeas corpus em favor do jornalista Antônio Marcos Pimenta Neves, 63, assassino confesso de Sandra Florentino Gomide, 32.
Segundo assessoria do STF, Mello afirmou que não cabe ao Supremo analisar ações que ainda dependem de instâncias inferiores. A defesa do ex-diretor de Redação de "O Estado de S. Paulo" espera o julgamento de dois habeas pelo Tribunal de Justiça e um pelo Superior Tribunal de Justiça.
Os advogados do jornalista aguardam para hoje a decisão, pela Justiça de Ibiúna, de um pedido de retorno à clínica de repouso.
O pedido de habeas corpus ao STF foi feito pelo advogado Alberto Leite Fernandes, de Pindamonhangaba (SP). A Constituição garante que qualquer um pode fazer esse recurso em favor de outro, mesmo sem procuração.
Dois médicos visitaram Pimenta Neves na cadeia, no final da tarde de ontem. A polícia autorizou o exame porque ele não está se alimentando. Desde que chegou ao 77º DP, anteontem, ele tomou apenas dois copos de leite.
O ex-vereador Vicente Viscome, de acordo com a polícia, ofereceu-se para cuidar dos horários de medicação do jornalista. Eles dividem a cela com com o atirador do MorumbiShopping, Matheus da Costa Meira.
Carol Neves, ex-mulher do jornalista, o visitou ontem no DP, apesar de não ser dia normal de visita. O precedente foi aberto porque ela irá retornar aos EUA, com as filhas gêmeas.
Domingos Tochetto, perito em balística que participou das investigações sobre a morte de PC Farias, é mais um profissional de renome nacional a entrar no caso.
Os advogados da família de Sandra pediram que ele faça um parecer sobre a bala silverpoint (ponta oca), de revólver calibre 38, usada por Pimenta Neves para matar a ex-namorada. A acusação pode usar o parecer para pedir a terceira qualificadora do homicídio -além do motivo fútil e sem chance de defesa -, que seria o "meio cruel".
Tochetto disse ontem que a bala é recomenda pelo fabricante para "situações críticas e perigosas" por causa do impacto 43,84% maior do que a munição comum. "É uma bala a ser usada por um policial, por exemplo."



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