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SAÚDE
Mais de 10 mil pessoas já receberam carta ou e-mail recomendando tratamento do problema, segundo a entidade
Associação alerta portadores de mau hálito
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
Mais de 10 mil pessoas em todo
o país já receberam recomendações para tratamento de mau hálito após terem sido "denunciadas"
à ABPO (Associação Brasileira de
Estudos e Pesquisas dos Odores
da Boca).
"Você não precisa ficar constrangido para informar ao seu
amigo que ele tem mau hálito. A
ABPO faz isso por você."
Com essa mensagem, a entidade vem prestando, desde julho do
ano passado, um serviço que consiste em comunicar a pessoas que
sofrem desse problema.
A idéia foi lançada pela presidente da ABPO, Ana Christina
Kolbe. "Quem tem não sente.
Quem sente não tem coragem de
contar", diz Kolbe, justificando a
criação do "Clique Mau Hálito".
O serviço gratuito, feito pela Internet, funciona da seguinte maneira: quem quiser fazer uma "denúncia" preenche os dados da
pessoa (nome, telefone, endereço,
e-mail) no site www.abpo.com.br;
a entidade manda, pelos Correios
ou pela Internet, uma carta ao denunciado, explicando a necessidade de tratar o mau hálito.
"Alguém nos enviou um e-mail
solicitando que informássemos
sobre seu problema", afirma a
correspondência. O nome do denunciante é mantido em sigilo.
Kolbe afirma que, além de comunicar o portador de mau hálito, a idéia é estimular as pessoas a
procurar tratamento. Na carta, a
associação também se mostra disposta a fornecer ajuda para indicar um profissional.
Trote
Para Flávio Steinwurz, vice-presidente do departamento de gastroenterologia da Associação
Paulista de Medicina, a idéia de
denunciar portadores de mau hálito "não funciona". "A pessoa vai
interpretar como uma piada."
Steinwurz diz ser positiva a intenção de informar a necessidade
de tratamento, mas que há outras
maneiras de detectar o problema.
"As pessoas mais íntimas sempre
avisam", afirma.
Ele diz ainda que "a gente não
pode forçar uma ajuda". "É importante ter um serviço de orientação disponível. Mas a entidade
não deve buscar essas pessoas."
"Não estamos livres de denúncias inverídicas. Já recebemos resposta de gente que ficou chateada", admite Kolbe.
Em razão disso, a ABPO informa, na carta enviada ao denunciado, que pode haver "pessoas que
queiram fazer brincadeiras de extremo mau gosto". A entidade pede que, nesse caso, a correspondência seja ignorada.
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