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40% tinham halitose em pesquisa de 1998
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma pesquisa de 1998, realizada em Salvador, Rio de Janeiro e
São Paulo, indicou que 40% dos
entrevistados tinham halitose,
nome científico do mau hálito.
Os números são da presidente
da ABPO, Ana Christina Kolbe,
que teve apoio de uma empresa
dos Estados Unidos para a elaboração do estudo.
O teste foi feito em 6.762 pessoas, por meio de um aparelho
que constata o nível do problema.
Entre os idosos, quase 70% apresentaram mau hálito. "Eles têm
baixa produção de saliva por causa dos medicamentos que costumam usar", afirma Kolbe.
Ela diz que essas pessoas não sabem se têm mau hálito porque
acabam se acostumando.
Segundo Flávio Steinwurz, vice-presidente do departamento de
gastroenterologia da Associação
Paulista de Medicina, a origem do
mau hálito pode ser boca, vias aéreas ou estômago.
Ele cita como exemplo pessoas
estressadas que passam a ter problemas estomacais. Ou, então,
aquelas que ficam sem comer durante muito tempo. O portador
do problema, segundo Steinwurz,
deve procurar um dentista e um
gastroenterologista.
Um estudo da pesquisadora da
Unesp (Universidade Estadual de
São Paulo) Olinda Tarzia, dentista
especializada em bioquímica bucal, indicou que 95% das causas
do mau hálito estão na boca.
Entre os problemas comuns estariam doenças da gengiva e aumento da descamação da mucosa, que ocorre com a redução do
fluxo salivar e pode causar a formação de uma placa bacteriana
na gengiva ou sobre a língua.
Essas conclusões foram apresentadas, no início do ano, no 19º
Congresso Internacional de
Odontologia, promovido pela Associação Paulista de Cirurgiões-Dentistas.
Casos
A dona-de-casa L.M.C., 58, que
mora em Salvador, conta que deixou de trabalhar como professora
por causa do mau hálito.
"Fiz um curso de magistério,
mas não tive condições de encarar
uma sala de aula. Imaginava as
crianças fazendo graça", afirma.
Depois de conviver mais de 20
anos com o problema, ela procurou tratamento com um dentista.
Descobriu que a origem era a má
higienização da boca (não escovava os dentes após as refeições, não
usava fio dental e não limpava a
língua). "Faz três anos que estou
sem nada."
L. diz ter sido alertada pelos
amigos mais próximos. "Mas eu
também sentia um gosto horrível
dentro da boca."
O taxista J.C.V., 40, procurou
um especialista após receber
queixas de familiares e amigos de
trabalho. "É uma coisa que a gente não percebe. Hoje, fico imaginando o que as pessoas diziam",
diz J., que se livrou do mau hálito
há dois anos.
J. diz que sua mulher era uma
das que mais reclamavam. "Sou
casado faz 15 anos. Ela sempre me
pressionava para cuidar disso",
afirma.
(AI)
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