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Associação usa homeopatia no tratamento de pacientes com Aids
FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Associação de Apoio a Portadores de Aids Esperança e Vida de
Campinas está utilizando um método homeopático, conhecido
por Canova, no tratamento de pacientes com Aids.
O método Canova não dispensa
o tratamento convencional.
Ao contrário do coquetel, o Canova age no sistema imunológico,
reduzindo as chances de o paciente contrair uma infecção oportunista. O tratamento convencional
age contra o vírus.
Segundo o presidente da associação, Roberto Geraldo da Silva,
a função do Canova é aumentar o
número de células CD-4 (glóbulos
brancos) e de macófagos (células
que combatem o vírus da Aids).
O kit homeopático, que custa
R$ 1.000, está sendo ministrado,
gratuitamente, em 10 dos 200 pacientes da entidade.
O método já é utilizado há cinco
anos no Brasil. Em Campinas, o
kit homeopático está sendo utilizado há um mês. "Ainda não há
estudos sobre a influência do Canova na taxa de sobrevida do paciente", disse.
O Ministério da Saúde não recomenda o uso desse medicamento.
Não porque provoque efeitos colaterais, mas porque não há evidências de seus benefícios. "A posição do ministério é que não
existe evidência científica de que
seu uso beneficie os pacientes",
diz o infectologista Marco Antonio de Ávila Vitória, da Coordenação Nacional de DST e Aids.
A posição do ministério fundamenta-se na conclusão de uma
comissão científica que se reuniu
com os técnicos do laboratório argentino Canova no início do ano.
Segundo Ávila Vitória, o material mostrado "não apresentava
condições mínimas para ser considerado científico". "A comissão
também detectou uma série de erros metodológicos nos trabalhos", afirmou.
O medicamento, que no início
era usado apenas para pacientes
com câncer, ainda não passou por
ensaios clínicos com pacientes.
Embora o site do laboratório relacione uma série de casos de melhora em pacientes com câncer e
Aids, não há ainda comprovações
científicas dos seus benefícios.
Fechamento
A casa de assistência ao paciente
portador do vírus HIV Grupo da
Vida, também em Campinas, pode fechar no próximo dia 12, por
falta de recursos.
A entidade alega não ter condições de arrecadar R$ 750 para pagar contas como aluguel, água, luz
e telefone.
Segundo o presidente da entidade, José Manuel da Silva, a casa
não possui nenhum tipo de ajuda
da Prefeitura de Campinas.
A Secretaria Municipal da Saúde informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que só oferece auxílio financeiro às entidades cadastradas no Conselho Municipal de Promoção Social.
Apesar de não ter registro na
prefeitura, o Grupo Vida é responsável pela assistência de 108
pacientes soropositivos, sendo
que cinco são internos. Os demais
são atendidos em seus domicílios.
O número corresponde a 4%
dos portadores de HIV de Campinas. A cidade tem 2.703 pacientes
com Aids. Segundo a entidade,
cinco pacientes são internos e não
têm para onde ir.
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