DA REPORTAGEM LOCAL

Apesar de ter perdoado o prefeito Celso Pitta (PTN), a ex-primeira-dama de São Paulo Nicéa Camargo quer cobrar o prejuízo que sofreu após a separação do casal. Ela vai exigir o reembolso das obras de arte e jóias que vendeu para poder se sustentar.
"Eu vou querer recuperar esse período todo em que ele não me deu um tostão. A única forma de eu sobreviver era vendendo minhas coisas. Minha família nem queria deixar. Mas não era justo eu ficar pendurada neles."
O rompimento entre Nicéa e Pitta aconteceu no segundo semestre de 1999. Em fevereiro deste ano, ela denunciou irregularidades na administração municipal. A separação oficial só foi concretizada duas semanas atrás.
A ex-primeira-dama não revela os valores que pretende conseguir com essa "pensão retroativa". "Não quero me envolver. Meu advogado vai cuidar de tudo", disse ela, admitindo que pode entrar na Justiça para recuperar o prejuízo.
Após se separar oficialmente do prefeito, ela afirmou à Folha que torcia por uma aproximação dele com os filhos e que "até o cachorro" sentia falta de Pitta dentro de casa. Esse perdão, porém, não se estende a questões financeiras. "Se ele não me manda dinheiro, como é que eu vou sobreviver?"
Procurado ontem pela Folha, Celso Pitta disse ontem que não irá se manifestar sobre o assunto.
Enquanto não há definição sobre o valor da pensão que vai receber, Nicéa deve continuar vivendo dos objetos que vendeu. Ela chegou a receber proposta para escrever em uma revista, mas diz que não aceitou.
Nicéa diz ter sido convidada por três candidatos a prefeito para apoiá-los na eleição. Sem revelar o voto, diz ter "uma admiração muito grande pelo Alckmin, gosto muito da Marta". Para vereador, votará em alguém do PT.


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