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Polícia Federal indicia 5 membros do PCC por tráfico internacional de armas
HUDSON CORRÊA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Federal indiciou
cinco integrantes do PCC
-presos em São Paulo- por ligação com o tráfico internacional de armas. O indiciamento
ocorreu em meio à investigação
sobre uma rede de venda de armas que teria sido montada pela facção no Paraguai.
Todos já estão em presídios
no interior paulista condenados por outros crimes. São eles:
Felipe Matheus Ribeiro; Cláudio Gonçalves de Oliveira;
Rony Faria e Silva; Wagner Augusto Pereira e Fabiano Alves
de Sousa, o Gugu -do primeiro
escalão do PCC. Para a PF, eles
estão envolvidos na receptação
de armas vindas de fora do país.
Com o indiciamento, o Ministério Público Estadual se articula agora para pedir a transferência deles para o RDD (Regime Disciplinar Diferenciado), o sistema mais rígido de
prisões no Estado. No sistema,
o sentenciado fica na cela 22
horas por dia, sem direito a TV,
rádio nem jornais.
A Polícia Federal não informou ontem se os cinco indiciados possuem advogado.
Na mesma investigação, a PF
prendeu no início do mês o brasileiro Alberto Dorneles Rodrigues, dono da loja de armas Comando, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai, na divisa
com a cidade brasileira de Ponta Porã, Mato Grosso do Sul.
Rodrigues é apontado como
dono das 600 armas apreendidas no Paraguai, no fim de semana, que teriam como destino
São Paulo e Rio. Arnaldo Giuzzio, procurador da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas)
do Paraguai, disse à Folha que
na fronteira há uma rede de
venda de armas montada pelo
PCC e parte da quadrilha de
Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, preso em
Catanduvas (PR).
Giuzzio afirmou que havia
fortes indícios de que as armas
apreendidas (222 revólveres,
195 pistolas e 174 escopetas e
rifles) viriam para o Brasil por
terra, em pequenos carregamentos.
Para elucidar o esquema, a
PF tenta prender um brasileiro
que era o elo entre as casas de
armas paraguaias e os integrantes do PCC. O suspeito,
que não teve seu nome divulgado, fugiu para o Paraguai. A PF
pediu a prisão e extradição dele
ao governo vizinho.
Ainda segundo a PF, o esquema de venda de armas na fronteira pode funcionar do seguinte modo: lojas do Paraguai importam armas de fabricantes
no Brasil e, depois, vendem a
membros do PCC, que trazem
ilegalmente de volta ao território brasileiro o armamento.
O procurador da Senad do
Paraguai diz que a droga é uma
moeda usada na compra de armas. Além da loja de armas Comando, a PF identificou como
suposta fornecedora de armas
a casa Monte Líbano, também
em Pedro Juan Caballero.
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