São Paulo, domingo, 06 de setembro de 2009

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GLÓRIA PORTO KOK (1918-2009)

Viveu com muitas saudades do mar

TALITA BEDINELLI
DA REPORTAGEM LOCAL

Entre goiabeiras e pitangueiras e próximo ao mar da praia de Copacabana, à época quase deserta, Glória Kok passou toda a sua infância.
Depois de casar, aos 24 anos, mudou-se com o marido para São Paulo, onde estivera a maior parte do tempo com saudades do mar, diria ela, em um impecável pretérito mais-que-perfeito, seu tempo verbal predileto.
Mais que perfeita também foi sua educação, apesar de não ter frequentado escolas: falava, além do português corretíssimo, francês e inglês, línguas ensinadas pelas suas irmãs mais velhas e aprimoradas por meio da leitura de autores clássicos.
Foi ainda escoteira. Como líder do movimento escoteiro feminino no Brasil, visitou em 1936 os EUA, onde ocorria um encontro internacional. A viagem, a bordo de um hidroavião, durou três dias.
Da infância em Copacabana guardava, além das lembranças, um quadro com o retrato de sua mãe quando jovem. Ele ficava na sala principal da casa, ao lado de uma obra de Anita Malfatti, cujo tema principal é o mar.
E foi para aplacar a saudade que Glorinha tinha das tardes na praia que a família construiu uma casa na Barra do Una (litoral norte de SP), em 1968. Na época, a praia era tão deserta como a Copacabana de 1920. Lá, ela também tinha uma pitangueira.
Morreu na última segunda, 31 de agosto, de parada cardiorrespiratória. Deixou o marido, seis filhos, 17 netos e cinco bisnetos.

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