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MENOPAUSA
Estudo dos EUA com 16.608 mulheres mostra que reposição de hormônios pode causar coagulação do sangue
Terapia hormonal eleva risco de trombose
DA REPORTAGEM LOCAL
DA REUTERS
Um estudo que já havia ligado a
TRH (terapia de reposição hormonal) -tratamento à base de
hormônios para as mulheres que
sofrem com os sintomas da menopausa- a um risco aumentado de derrame, ataque cardíaco e
câncer também revelou agora um
risco adicional para trombose,
afirmam pesquisadores.
O trabalho, chamado de Iniciativa de Saúde das Mulheres, descobriu que mulheres que tomam
estrógeno e progesterona na dose
antes considerada usual tinham
um risco dobrado de ter coágulos
venosos, que podem se deslocar
até os pulmões e causar morte.
A FDA (agência que regula produtos farmacêuticos e alimentícios nos Estados Unidos) agora
recomenda que as mulheres que
buscam alívio dos sintomas da
menopausa usem essas drogas
nas menores doses efetivas e pelo
menor tempo possível.
Os dados de trombose, reportados por pesquisadores da Universidade de Vermon em Colchester
(EUA), vieram de um estudo que
envolveu a participação de 16.608
mulheres na fase pós-menopausa,
com idades entre 50 e 79 anos, recrutadas de 1993 a 1998. Durante a
pesquisa, algumas mulheres receberam a droga hormonal, enquanto outras, placebo.
Os pesquisadores americanos
descobriu que o risco de coagulação do sangue era maior para as
mulheres que estavam acima do
peso ideal, e que uma disposição
genética para coágulos, assim como idade avançada, também aumentava os riscos. De acordo com
o estudo, a ingestão de aspirina
para diluir o sangue não compensava o problema.
O American College of Obstetricians e Gynecologists disse recentemente que é necessário realizar
mais pesquisa para determinar se
terapia de reposição hormonal
pode ser mais segura para mulheres mais jovens.
Consenso
A Sobrac (Associação Brasileira
de Climatério) elaborou o primeiro consenso sobre os benefícios e
as contra-indicações da terapêutica hormonal na menopausa. O
documento foi transformado em
livro e será distribuído para mais
de 8.000 médicos no país.
Os estudos mostram que a terapêutica hormonal alivia efetivamente os sintomas do climatério,
como ondas de calor (fogachos),
insônia, irritabilidade, depressão
e distúrbios relacionados aos órgãos genitais (ressecamento vaginal, prurido vulvar e incontinência urinária, entre outros), além
de prevenir e tratar a osteoporose.
Para indicar a TRH, no entanto,
o consenso da Sobrac orienta que
o médico deve observar se os sintomas da menopausa -principalmente ondas de calor, alterações menstruais, atrofia urogenital e tendência à osteoporose-,
interferem na qualidade de vida
da paciente.
As contra-indicações também
devem ser igualmente avaliadas.
O médico deve verificar se a paciente possui antecedentes ou riscos elevados de doenças como
tromboembolia, câncer de mama,
câncer de endométrio e doença
hepática, além de apresentar sangramento vaginal não diagnosticado ou porfiria (distúrbio causado por deficiências de enzimas).
Muitos dos efeitos benéficos e
adversos da terapia estão relacionados à dose hormonal, por isso,
a tendência é que elas sejam reduzidas, de forma a diminuir os riscos do tratamento.
De acordo com a Sobrac, ainda
não há um consenso sobre até
quando a terapia de reposição
hormonal deve ser mantida.
(CC)
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