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VÔO 1907/VÍTIMAS
Nove corpos de vítimas são identificados
Reconhecimento foi feito por meio de impressões digitais; outros nove cadáveres estão no Instituto Médico Legal de Brasília
Peritos deram início ontem a exames de DNA para tentar reconhecer duas das nove vítimas que estão no IML; uma delas é um bebê
LETÍCIA SANDER
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Peritos do IML (Instituto
Médico Legal) de Brasília identificaram ontem os primeiros
nove corpos de vítimas do acidente com o vôo 1907 da Gol,
ocorrido na semana passada,
por meio da análise de impressões digitais.
No total, havia 18 corpos no
IML até a conclusão desta edição. A expectativa era que mais
20 chegassem ainda ontem.
Os dois primeiros corpos retirados do local do acidente
ainda no domingo não haviam
sido identificados até ontem.
Entre as vítimas identificadas está Francisco Chagas
Loiola, 44. Natural de Fortaleza, ele morava em Brasília e era
gerente regional do banco
HSBC. Tinha três filhos e estava em Manaus a trabalho.
"Eu tinha muita fé de que o
corpo dele seria encontrado. Só
me dói que não me deixaram
ver o corpo. Um dedo que eu
visse já estaria satisfeita", afirmou Argentina Muniz Alves,
sogra de Loiola. Ele será enterrado em Brasília.
Outra vítima identificada ontem é Élcio Anchieta, militar do
Exército de 46 anos. Natural de
São Luiz, ele morava em Manaus. Viria a Brasília fazer um
curso de uma semana. "A identificação tranqüiliza todo mundo da família. É um alívio saber
que meu ex-marido foi encontrado", comentou Luiza Anchieta. Ele tinha dois filhos e
será enterrado em São Luiz.
O estudante Átila Rezende,
24, também foi reconhecido.
Natural de Goiás, ele cursava
medicina na Universidade Federal do Amazonas.
Os outros passageiros identificados foram José Inácio Trindade, 39, Luiz Albano Custódio,
68, Antonio Gregório da Costa
Pessoa, 58, Plínio Luiz de Siqueira Jr., 38, Mário André Lleras, 25, e Lavoisier de Souza
Maia, 29. Casado e com um filho, Maia viajava com a irmã
para visitar a família.
Declaração de óbito
Emocionados, familiares das
vítimas foram até o local retirar
as declarações de óbito. Até as
20h, apenas o corpo de Trindade havia sido liberado.
Peritos deram início ontem a
exames de DNA para tentar reconhecer duas das nove vítimas
que estão no IML sem identificação. Uma delas é um bebê
com idade entre um e três anos.
A outra seria um homem que,
segundo os peritos, teria perdido as digitais.
O IML tenta identificar as vítimas primeiro por meio das
impressões digitais. O segundo
passo é fazer uma análise antropológica da vítima por meio
de exames de biometria, arcada
dentária, possíveis cirurgias ortopédicas feitas e todas as marcas pessoais, como tatuagens e
pintas. A última opção normalmente é a realização de exames
de DNA, que podem ser feitos
em até três dias.
Os peritos irão fazer a análise
dos traumas internos nos corpos das vítimas com o objetivo
de tentar determinar em que
momento exato do acidente as
pessoas morreram.
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