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SP ampliará projeto para famílias carentes
Prefeitura quer atender 55,3 mil famílias com renda per capita menor que 1/4 do salário mínimo; hoje, são 31,8 mil
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
quer ampliar o programa de
atendimento a famílias carentes. A intenção é atender 55,3
mil famílias cuja renda per capita não ultrapassa 1/4 do salário mínimo. Hoje, são 31,8 mil
beneficiados.
A primeira avaliação do Programa Ação Família mostra
que aumentou o número de
pessoas que conseguiram obter
documentação e passaram a ser
acompanhadas por serviços de
saúde. Mas, ao mesmo tempo,
em quase 70% das famílias com
filhos de zero a seis anos há
crianças fora da creche ou escola. E continua alto o total de
gestantes que não faz pré-natal
(70%). O monitoramento se refere aos seis primeiros meses
do projeto, iniciado em 2006.
Segundo o secretário Floriano Pesaro (Assistência e Desenvolvimento Social), há falta
de vagas de creches na cidade, o
que dificulta o atendimento
nessas regiões carentes. Em relação ao pré-natal, ele não sabe
explicar o motivo do dado negativo, mas diz que melhorar o
atendimento às gestantes será
uma missão do programa.
Um dos principais projetos
da pasta, o Ação Família atende
grupos de alta e muito alta vulnerabilidade social, que geralmente vivem em favelas. O objetivo é assegurar atendimento
em escolas e postos de saúde e
priorizá-los nos programas de
transferência de renda e desenvolvê-la (com cursos).
Nas regiões atendidas, agentes fazem visitas às famílias
-como no Programa Saúde da
Família. Em cada local há pelo
menos um Centro de Referência do Ação Família, com psicólogo e assistente social, onde
são feitas reuniões e oficinas.
A análise, diz Pesaro, serve
para nortear a continuidade do
trabalho. "Não dá para gastar
dinheiro sem ter controle do
que está acontecendo."
O anúncio da ampliação do
programa será feito hoje pelo
prefeito Gilberto Kassab
(DEM). Grande parte dos beneficiados está na zona sul, e a
ampliação ocorrerá em diversos pontos, principalmente nas
zonas norte e leste. O gasto
anual do programa é de 12,7 milhões -o valor já inclui a ampliação das famílias.
Longe da meta
Mesmo com o aumento do
atendimento, a prefeitura atinge apenas 16,5% de sua meta,
que é de chegar a 337 mil famílias (ou 1,4 milhão de pessoas).
Segundo Pesaro, no Orçamento do próximo ano está previsto
dobrar o atendimento. "A idéia
é avançar para 40% em 2008."
Maria Nunes Santos, com
dez filhos (seis moram com
ela), freqüenta as reuniões do
Ação Família, e foi por meio delas que decidiu voltar a estudar.
"Trabalho como ajudante de
cozinha no final de semana, e
muitas vezes fazia os sucos errados porque não sabia ler se
era de acerola ou de caju", diz
ela, atualmente cursando supletivo à noite. Nas reuniões,
são discutidos os problemas do
bairro -o Jardim Paulistano,
na Brasilândia. "O que mais
precisamos é de uma urbanização. Temos esgoto a céu aberto
e córrego com lixo e rato."
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