São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2000

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES
Advogados elegem no dia 16 diretoria da OAB-SP; 40% podem não votar
Chapas disputam controle de orçamento de R$ 69 mi

EUNICE NUNES
ESPECIAL PARA A FOLHA

Os advogados paulistas elegem no dia 16 os novos dirigentes da secção São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP).
Concorrem duas chapas: Avança OAB -encabeçada pelo atual secretário-geral da entidade, Carlos Miguel Aidar- e Oposição Unida, capitaneada por Roberto Ferreira, ex-presidente da Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo (Caasp).
Eles disputam os votos dos cerca de 150 mil advogados do Estado. O eleito administrará um orçamento anual estimado em R$ 69 milhões para 2001. Neste ano, o orçamento foi de R$ 48 milhões.
Votam todos os advogados com as anuidades em dia. Boa parte pode não participar, já que a inadimplência ronda os 40%, índice mais alto da história da entidade.
Aidar diz que sua chapa representa a continuação do trabalho da atual gestão.
O coordenador da campanha é Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, ex-presidente da entidade e advogado de defesa do prefeito Celso Pitta no processo que o afastou por 19 dias do cargo.
Ferreira dirigiu a Caasp na gestão anterior, embora tenha rachado com a diretoria. Agora, sua chapa reúne vários de seus adversários na eleição passada, dentre os quais Raimundo Hermes Barbosa, então candidato à presidência da OAB-SP e atual postulante ao cargo de presidente da Caasp.
Aidar afirma que dará prioridade à valorização do ensino do direito e à capacitação profissional.
O candidato da situação diz ainda que criará plantões de prerrogativas -para defender advogados ameaçados por autoridades no exercício da profissão- nos principais foros do Estado.
Entre os serviços, Aidar quer ampliar a atuação da Caasp, que oferece remédios e livros a preços mais baixos, entre outras coisas.
"Outro ponto importante é a revisão do convênio de assistência judiciária (entre OAB e Procuradoria Geral do Estado, para prestar assistência jurídica à população carente), pois a tabela (de honorários) está defasada", conclui.
"A atual gestão nada fez para melhorar a situação de 50% da classe, que dependem do convênio de assistência judiciária para sobreviver, e a tabela de honorários em vigor é irrisória", rebate Ferreira.
Segundo ele, nunca se prendeu tantos advogados por desacato em audiência. "A diretoria da OAB relegou a defesa das prerrogativas profissionais ao último plano e nunca se posicionou como deveria", diz.
Ele propõe a criação de um teleprerrogativas 0800 com atendimento ininterrupto.
O líder oposicionista quer criar o Instituto de Previdência dos Advogados de São Paulo, "a exemplo dos já existentes em outras seccionais do país".



Texto Anterior: Livros jurídicos
Próximo Texto: Panorâmica: Rebelião em RN acaba com um preso morto
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.