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Disparo acidental matou estudante
DA REPORTAGEM LOCAL
Um disparo acidental matou o
estudante Diego Anthony da Silva, 14, anteontem, dentro da escola municipal Professor Clemente
Pastore, no Jardim Ângela (zona
sul de São Paulo), de acordo com
investigação da Polícia Civil.
O adolescente levou um tiro no
peito perto da quadra de esportes
da escola, por volta das 10h. Outro
estudante, C.V.F.S., 12, também
foi ferido a bala. Um mesmo disparo atingiu os dois garotos.
Ontem, o DHPP (departamento
de homicídios) prendeu Danilo
da Silva de Jesus, 19, e Saulo Cristiano de Oliveira, 20. O primeiro
seria o dono do revólver do crime,
autor do disparo, e o segundo,
quem arrumou a munição.
De acordo com a delegada Cíntia Tucunduva, responsável pela
investigação, os quatro eram amigos e se encontraram na quadra
da escola, local onde costumavam
jogar basquete juntos.
Jesus trazia na cintura o revólver de um ex-cunhado, que acabara de pegar em uma construção
perto dali. O outro teria arrumado a munição para o revólver.
Os dois rapazes detidos disseram à delegada que Silva, ao perceber que eles estavam armados,
pediu para ver o revólver. Por isso
todos saíram da quadra e foram
para um ponto da escola mais deserto, onde ocorreu o disparo.
Ao demonstrar a arma, que tinha apenas três cartuchos no
tambor, metade da munição que
comporta, Jesus apertou o gatilho
uma vez e, na segunda, ocorreu o
disparo contra o peito de Silva e o
abdômen do outro estudante.
Os dois maiores fugiram depois
disso, deixando a arma na escola.
Segundo a delegada, o aluno
que sobreviveu, C.V.F.S., confirmou o relato de Jesus e de Oliveira. Os dois foram presos no início
na madrugada de ontem, na casa
de parentes, e vão responder a inquérito por homicídio.
Os rapazes não eram alunos da
escola, mas frequentadores da
quadra de esporte, que fica aberta
à comunidade. Ao depor, eles não
falaram por que estavam armados naquela manhã.
O pai de Silva, taxista, também
morreu de forma violenta, assassinado há cinco anos durante um
assalto. O estudante vivia hoje
com a mãe, auxiliar de enfermagem, duas irmãs, tios e avós.
Segundo professores, o adolescente não tinha registros de indisciplina nem faltava frequentemente às aulas.
(AS)
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