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Inmetro admite que objetivo é desovar produtos
DA REPORTAGEM LOCAL
O Inmetro admite que a decisão de postergar a exigência de
certificação nas cadeirinhas
vendidas nas lojas visa desovar
os estoques de produtos antigos, mas nega que eles sejam
necessariamente inseguros.
Segundo Gustavo Kuster, gerente de qualidade do instituto,
é responsabilidade do fabricante garantir a segurança do produto que não foi submetido a
testes do Inmetro, até em respeito ao código do consumidor.
"É a responsabilidade do fabricante e a confiança do consumidor no fabricante. Se ele
confiar, OK", afirma Kuster.
O gerente, porém, diz recomendar a compra das cadeirinhas que foram certificadas.
"Não posso dizer que um produto que não avaliei é seguro",
afirmou, ressalvando: "Não é
porque antes não tinha selo que
eu vou dizer que os produtos
eram totalmente inseguros".
As lojas estão cientes desde
janeiro de 2007 do prazo para
vender os assentos certificados.
Mas Kuster defende a tolerância. "Criamos uma norma mais
rigorosa. Não adianta a gente
ignorar e dizer: "Quero que todos os produtos estejam conforme a norma a partir de agora". Não posso chegar e dizer:
"Comércio, ignore tudo o que
você comprou no passado"."
Com a certificação do Inmetro, os dispositivos passam por
análise de diversos itens, que
vão do teste de impacto e resistência à qualidade do material e
às instruções de instalação.
Acidentes
A decisão do Inmetro se dá
no ano em que a insegurança
das crianças no trânsito foi escolhida como o principal tema
de preocupação pelo Denatran,
departamento de trânsito também ligado ao governo federal.
Um estudo do órgão mostrou
que, entre 2000 e 2007, mais de
180 mil crianças foram vítimas
em acidentes de trânsito no
país, das quais mais de 8.000
morreram. Em 2004, as crianças de 0 a 12 anos eram 4,9%
dos mortos no trânsito. Em
2007, representavam 5,6%.
Uma pesquisa da ONG
Criança Segura mostrou que,
embora as ocorrências no trânsito representem a principal
causa de morte de crianças por
acidentes, as mães não costumam ter essa percepção.
Numa análise qualitativa
com mães de São Paulo, Rio de
Janeiro, Recife e Curitiba, os
acidentes de trânsito não foram citados como preocupações relevantes de riscos dos filhos -com exceção dos atropelamentos.
(AI)
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