São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Inmetro admite que objetivo é desovar produtos

DA REPORTAGEM LOCAL

O Inmetro admite que a decisão de postergar a exigência de certificação nas cadeirinhas vendidas nas lojas visa desovar os estoques de produtos antigos, mas nega que eles sejam necessariamente inseguros.
Segundo Gustavo Kuster, gerente de qualidade do instituto, é responsabilidade do fabricante garantir a segurança do produto que não foi submetido a testes do Inmetro, até em respeito ao código do consumidor.
"É a responsabilidade do fabricante e a confiança do consumidor no fabricante. Se ele confiar, OK", afirma Kuster.
O gerente, porém, diz recomendar a compra das cadeirinhas que foram certificadas. "Não posso dizer que um produto que não avaliei é seguro", afirmou, ressalvando: "Não é porque antes não tinha selo que eu vou dizer que os produtos eram totalmente inseguros".
As lojas estão cientes desde janeiro de 2007 do prazo para vender os assentos certificados. Mas Kuster defende a tolerância. "Criamos uma norma mais rigorosa. Não adianta a gente ignorar e dizer: "Quero que todos os produtos estejam conforme a norma a partir de agora". Não posso chegar e dizer: "Comércio, ignore tudo o que você comprou no passado"."
Com a certificação do Inmetro, os dispositivos passam por análise de diversos itens, que vão do teste de impacto e resistência à qualidade do material e às instruções de instalação.

Acidentes
A decisão do Inmetro se dá no ano em que a insegurança das crianças no trânsito foi escolhida como o principal tema de preocupação pelo Denatran, departamento de trânsito também ligado ao governo federal.
Um estudo do órgão mostrou que, entre 2000 e 2007, mais de 180 mil crianças foram vítimas em acidentes de trânsito no país, das quais mais de 8.000 morreram. Em 2004, as crianças de 0 a 12 anos eram 4,9% dos mortos no trânsito. Em 2007, representavam 5,6%.
Uma pesquisa da ONG Criança Segura mostrou que, embora as ocorrências no trânsito representem a principal causa de morte de crianças por acidentes, as mães não costumam ter essa percepção.
Numa análise qualitativa com mães de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba, os acidentes de trânsito não foram citados como preocupações relevantes de riscos dos filhos -com exceção dos atropelamentos. (AI)


Texto Anterior: Selo em cadeirinha só será exigido em 2009
Próximo Texto: Pasquale Cipro Neto: "Eis que Jesus me premeia"
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.