São Paulo, quinta-feira, 06 de novembro de 2008

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entrevista

Ser contra é anacronismo, diz Marrey

DA REPORTAGEM LOCAL

O Secretário da Justiça do Estado de São Paulo, Luiz Antônio Guimarães Marrey, defende o interrogatório de presos por videoconferência. Para ele, que já contava com a aprovação da medida também na Câmara, é um "conservadorismo jurídico" ser contra o uso dessa tecnologia, que reduz custos e facilita o processo.

 

FOLHA - É possível mensurar o quanto o Estado gasta com os interrogatórios sem a videoconferência?
LUIZ ANTÔNIO GUIMARÃES MARREY
- Numa estimativa feita em 2007, há uma referência: [foram gastos] R$ 6 milhões em 77 mil escoltas [com o deslocamento de 109 mil policiais civis e militares]. Há o custo de carros de polícia, gasolina, horas de trabalho dos policiais e isso tem um outro custo: na hora em que o policial faz a escolta, ele deixa de prestar segurança pública no seu lugar de origem. Também não tem sido incomum o ataque a escoltas.

FOLHA - É fundamental o preso estar cara a cara com o juiz?
MARREY
- Acho que não é fundamental (...). Aliás, é bom ressaltar que tanto a videoconferência pode e deve ser adotada, que na reforma do Código de Processo Penal já foi adotada a videoconferência para ouvir vítimas. Aliás, até essa recente alteração, o depoimento podia ser por carta precatória a um juiz que não era o juiz do processo. A videoconferência garante, inclusive, a gravação do depoimento que pode ser vista pelo juiz de segundo grau. É uma visão anacrônica (...), é um conservadorismo jurídico.


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