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Bares de Curitiba querem criar cadastro de cliente baderneiro
Estabelecimentos pretendem usar a "lista suja" para barrar a entrada dos que já apresentaram mau comportamento
Na cidade, ao menos 40 estabelecimentos já pedem que o cliente forneça a identidade ou o número
do celular antes de entrar
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
Ter o nome na lista pode não
significar acesso privilegiado a
baladas de Curitiba. Donos de
bares e casas noturnas querem
criar um cadastro com o nome
de clientes "baderneiros" e barrá-los na entrada.
Os proprietários que participarem do projeto receberão
uma lista com os nomes dos
clientes mal comportados.
O cadastro começaria a ser
alimentado com a apresentação obrigatória de documento
de identidade na portaria. Com
a relação, o cliente que causar
problemas em um bar pode ser
impedido de frequentar outro
estabelecimento da cidade.
Os empresários começaram
a se mobilizar na segunda, após
um homem matar um garçom
em um bar de Curitiba.
Projetos de lei em tramitação
na Câmara e na Assembleia autorizam que as informações sejam repassadas à polícia para
ajudar nas investigações em casos de eventuais crimes.
"Queremos contribuir com a
segurança dos nossos clientes,
que são nosso maior patrimônio", diz Fábio Aguayo, presidente da divisão paranaense da
Associação Brasileira dos Bares
e Casas Noturnas.
Para a professora de direito
constitucional e administrativo
da PUC-PR Vivian Lopez Valle,
a lei, se aprovada, irá ferir a
Constituição. "Até que se prove
o contrário, todos são inocentes perante a lei", diz.
Marcelo Conrado, especialista em direito administrativo,
afirma não ver problemas em
cadastrar o cliente. "Mas o poder de barrar uma pessoa cabe à
polícia e não ao dono do bar."
Segundo Aguayo, ao menos
40 bares e casas noturnas de
Curitiba já pedem que o cliente
forneça a identidade ou número do celular antes de entrar no
local. Ele afirma que o método é
uma maneira de controlar o
número de pessoas que os estabelecimentos comportam.
A Polícia Civil identificou o
suspeito de ter feito o ataque
em Curitiba por imagens do
circuito de segurança e pela
identidade que ele cadastrou
quando entrou na boate.
Leandro Maggioni, um ex-detento que responde a processo por roubo, foi preso horas
depois do crime.
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