São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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Bares de Curitiba querem criar cadastro de cliente baderneiro

Estabelecimentos pretendem usar a "lista suja" para barrar a entrada dos que já apresentaram mau comportamento

Na cidade, ao menos 40 estabelecimentos já pedem que o cliente forneça a identidade ou o número do celular antes de entrar

DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

Ter o nome na lista pode não significar acesso privilegiado a baladas de Curitiba. Donos de bares e casas noturnas querem criar um cadastro com o nome de clientes "baderneiros" e barrá-los na entrada.
Os proprietários que participarem do projeto receberão uma lista com os nomes dos clientes mal comportados.
O cadastro começaria a ser alimentado com a apresentação obrigatória de documento de identidade na portaria. Com a relação, o cliente que causar problemas em um bar pode ser impedido de frequentar outro estabelecimento da cidade.
Os empresários começaram a se mobilizar na segunda, após um homem matar um garçom em um bar de Curitiba.
Projetos de lei em tramitação na Câmara e na Assembleia autorizam que as informações sejam repassadas à polícia para ajudar nas investigações em casos de eventuais crimes.
"Queremos contribuir com a segurança dos nossos clientes, que são nosso maior patrimônio", diz Fábio Aguayo, presidente da divisão paranaense da Associação Brasileira dos Bares e Casas Noturnas.
Para a professora de direito constitucional e administrativo da PUC-PR Vivian Lopez Valle, a lei, se aprovada, irá ferir a Constituição. "Até que se prove o contrário, todos são inocentes perante a lei", diz.
Marcelo Conrado, especialista em direito administrativo, afirma não ver problemas em cadastrar o cliente. "Mas o poder de barrar uma pessoa cabe à polícia e não ao dono do bar."
Segundo Aguayo, ao menos 40 bares e casas noturnas de Curitiba já pedem que o cliente forneça a identidade ou número do celular antes de entrar no local. Ele afirma que o método é uma maneira de controlar o número de pessoas que os estabelecimentos comportam.
A Polícia Civil identificou o suspeito de ter feito o ataque em Curitiba por imagens do circuito de segurança e pela identidade que ele cadastrou quando entrou na boate.
Leandro Maggioni, um ex-detento que responde a processo por roubo, foi preso horas depois do crime.


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