São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

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DIRCEU MARQUES DA CRUZ
(1955-2009)


As aventuras de um jornalista turrão

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Dirceu Marques da Cruz tinha de falar aos telespectadores sobre o fogo que consumia o prédio do Conjunto Nacional na av. Paulista, naquele 4 de setembro de 1978.
Jornalista, foi enviado ao local pela TV em que trabalhava para cobrir o incêndio.
Mas a reportagem ele não fez. No meio da confusão, abandonou o cinegrafista e foi ajudar no resgate de duas moças que estavam no prédio. Virou personagem da história e herói por um dia.
Com passagens por rádios e TVs, se envolveria em outras aventuras, como as coberturas de rebeliões no Carandiru -nesses episódios, foi apenas repórter.
Sarcástico e turrão, do tipo que falava as coisas na lata, certa vez ficou proibido pela assessoria do governo de SP de entrevistar o então governador Paulo Maluf.
Depois, acabou recebendo uma menção honrosa do mesmo governo por uma reportagem que havia feito. Há cerca de 30 anos, entrou para a Prefeitura de SP, onde montou as assessorias de imprensa da Guarda Civil Metropolitana e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Ultimamente, trabalhava na Subprefeitura da Sé.
A mulher Silvia, que o conheceu no samba, na época da faculdade, conta que ele era uma enciclopédia viva.
Sabia todas as leis sobre espaço público e até o nome de todos os ambulantes autorizados a trabalhar na Sé.
Morreu no domingo, aos 54, de câncer de pâncreas.
Deixa viúva e três filhos.

coluna.obituario@uol.com.br


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