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DIRCEU MARQUES DA CRUZ
(1955-2009)
As aventuras de um jornalista turrão
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Dirceu Marques da Cruz
tinha de falar aos telespectadores sobre o fogo que consumia o prédio do Conjunto
Nacional na av. Paulista, naquele 4 de setembro de 1978.
Jornalista, foi enviado ao local pela TV em que trabalhava para cobrir o incêndio.
Mas a reportagem ele não
fez. No meio da confusão,
abandonou o cinegrafista e
foi ajudar no resgate de duas
moças que estavam no prédio. Virou personagem da
história e herói por um dia.
Com passagens por rádios
e TVs, se envolveria em outras aventuras, como as coberturas de rebeliões no Carandiru -nesses episódios,
foi apenas repórter.
Sarcástico e turrão, do tipo
que falava as coisas na lata,
certa vez ficou proibido pela
assessoria do governo de SP
de entrevistar o então governador Paulo Maluf.
Depois, acabou recebendo
uma menção honrosa do
mesmo governo por uma reportagem que havia feito.
Há cerca de 30 anos, entrou para a Prefeitura de SP,
onde montou as assessorias
de imprensa da Guarda Civil
Metropolitana e da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente. Ultimamente, trabalhava na Subprefeitura da Sé.
A mulher Silvia, que o conheceu no samba, na época
da faculdade, conta que ele
era uma enciclopédia viva.
Sabia todas as leis sobre espaço público e até o nome de
todos os ambulantes autorizados a trabalhar na Sé.
Morreu no domingo, aos
54, de câncer de pâncreas.
Deixa viúva e três filhos.
coluna.obituario@uol.com.br
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