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Mal-entendido causa confronto em Paraisópolis
Morador tentou agredir com faca guardas municipais que participavam de uma remoção de casas na favela
Confusão começou porque alguém atirou pedra contra guardas, mas objeto acabou ferindo mãe e filha
ROGÉRIO PAGNAN
APU GOMES
DE SÃO PAULO
A remoção de famílias da
favela de Paraisópolis (na zona sul), realizada ontem pela
Prefeitura de São Paulo, quase terminou em tragédia por
conta de uma pequena pedra
e um grande mal-entendido.
Houve corre-corre, bomba
de gás lacrimogêneo e ao menos três feridos levemente.
Tudo corria calmo na ação
da prefeitura iniciada às 6h.
Como já ocorrera na terça,
homens do município destruíam barracos num terreno
destinado à construção de
um conjunto habitacional.
As famílias eram encaminhadas para atendimento social.
Por volta das 13h, alguém
não identificado atirou uma
pedra na direção de guardas
municipais que acompanhavam os funcionários. O objeto atingiu uma casa.
Dentro dela estavam uma
mãe de 48 anos, sua filha, de
21, e uma neta, de cinco. As
duas primeiras foram feridas
na cabeça. A mãe, pela pedra; a moça, por uma telha.
As duas começaram a sangrar com abundância.
Quando um tio-irmão delas chegou ao local, foi informado erroneamente de que
tinham sido agredidas pelos
guardas. Pegou então uma
faca de cozinha enferrujada e
tentou ferir os funcionários.
Parte dos guardas sacou as
armas e, como havia mulheres e crianças, houve gritaria
e corre-corre. O morador foi
contido sem ferir ninguém,
mas PMs -quando viram a
correria- atiraram bombas
de gás lacrimogêneo.
A confusão e a gritaria aumentaram -havia até mulheres correndo arrastando
os filhos pelo braço.
A PM, por meio de nota, informou que "houve necessidade de utilização de munição química por conta de
agressões", sofridas pelos
guardas, "quando tentaram
interceder defendendo funcionário da prefeitura" e
mais pedras foram atiradas.
"A desapropriação foi pacífica e sem resistência alguma,
exceto por esse momento."
A GCM não se manifestou.
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