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São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2003

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OUTRO LADO

Advogado contesta envolvimento de suspeitos no caso

DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE

DA AGÊNCIA FOLHA

O advogado Emerson Leonidas Gomes, 44, que defende 4 dos 11 suspeitos presos em Pernambuco sob acusação de integrar uma quadrilha internacional de tráfico de órgãos humanos, afirmou ontem que seus clientes negam ter envolvimento no caso.
O advogado defende os israelenses suspeitos de liderar o esquema no Brasil -o oficial da reserva do Exército daquele país Tamber Gedalya e o biomédico Eliezer Ramon-, além da advogada Terezinha Medeiros e da corretora de imóveis Fernanda Calado.
Segundo Gomes, o oficial israelense possui amigos na África do Sul, mas nunca viajou para aquele país. O biomédico, disse, apenas visitava o militar no Brasil quando foi preso.
Sobre a advogada Medeiros, que é acusada de ser o "caixa" do esquema, Gomes afirmou que ela é namorada do oficial israelense e que, assim como a corretora de imóveis Calado -suposta intermediadora de compra e venda dos órgãos-, não tem ligação com crimes.
O advogado não determinou a linha de defesa que adotará, mas adiantou que, para ele, a Justiça brasileira "não tem competência para julgar o caso". "Se houve crime, ele ocorreu na África do Sul, não no Brasil", afirmou Gomes. Na opinião dele, as pessoas que foram presas em Pernambuco não podem ser acusadas por situações supostamente ocorridas em outro país.
A mesma linha de defesa deverá ser adotada pelos outros sete presos.
Na África do Sul, informada por telefone pela reportagem sobre as suspeitas de que ali seriam realizadas as cirurgias para a extração ilegal de rins, a chefe da assessoria de imprensa do hospital St. Augustine, Martina Nicholson, disse que remeteria a informação ao gerente-geral do estabelecimento, Rory Passmore.
O nome de Melanie Azor, que aparece no cartão de visitas apresentado ontem à PF por uma testemunha, e que trabalharia na divisão de transplantes do hospital sul-africano, foi citado à assessoria.
De acordo com Nicholson, apenas Passmore falaria sobre o caso. Até a conclusão desta edição, ninguém do hospital havia respondido à reportagem. Por meio de uma nota oficial, a direção do hospital St. Augustine informou que "ignora possíveis irregularidades ocorridas durante doações e transplantes de órgãos".


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