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OUTRO LADO
Advogado contesta envolvimento de suspeitos no caso
DA AGÊNCIA FOLHA, EM RECIFE
DA AGÊNCIA FOLHA
O advogado Emerson Leonidas Gomes, 44, que defende 4
dos 11 suspeitos presos em Pernambuco sob acusação de integrar uma quadrilha internacional de tráfico de órgãos humanos, afirmou ontem que seus
clientes negam ter envolvimento no caso.
O advogado defende os israelenses suspeitos de liderar o esquema no Brasil -o oficial da
reserva do Exército daquele
país Tamber Gedalya e o biomédico Eliezer Ramon-, além
da advogada Terezinha Medeiros e da corretora de imóveis
Fernanda Calado.
Segundo Gomes, o oficial israelense possui amigos na África do Sul, mas nunca viajou para aquele país. O biomédico,
disse, apenas visitava o militar
no Brasil quando foi preso.
Sobre a advogada Medeiros,
que é acusada de ser o "caixa"
do esquema, Gomes afirmou
que ela é namorada do oficial
israelense e que, assim como a
corretora de imóveis Calado
-suposta intermediadora de
compra e venda dos órgãos-,
não tem ligação com crimes.
O advogado não determinou
a linha de defesa que adotará,
mas adiantou que, para ele, a
Justiça brasileira "não tem
competência para julgar o caso". "Se houve crime, ele ocorreu na África do Sul, não no
Brasil", afirmou Gomes. Na
opinião dele, as pessoas que foram presas em Pernambuco
não podem ser acusadas por situações supostamente ocorridas em outro país.
A mesma linha de defesa deverá ser adotada pelos outros
sete presos.
Na África do Sul, informada
por telefone pela reportagem
sobre as suspeitas de que ali seriam realizadas as cirurgias para a extração ilegal de rins, a
chefe da assessoria de imprensa do hospital St. Augustine,
Martina Nicholson, disse que
remeteria a informação ao gerente-geral do estabelecimento, Rory Passmore.
O nome de Melanie Azor,
que aparece no cartão de visitas
apresentado ontem à PF por
uma testemunha, e que trabalharia na divisão de transplantes do hospital sul-africano, foi
citado à assessoria.
De acordo com Nicholson,
apenas Passmore falaria sobre
o caso. Até a conclusão desta
edição, ninguém do hospital
havia respondido à reportagem. Por meio de uma nota oficial, a direção do hospital St.
Augustine informou que "ignora possíveis irregularidades
ocorridas durante doações e
transplantes de órgãos".
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