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Plano antienchente de 98 não é concluído
Nos últimos oito anos, Estado e prefeitura fizeram 45,98% das obras previstas, como piscinões e construções de calhas
Departamento de águas diz que obras podem levar dez anos; prejuízo com a última enchente chegaria a R$ 13 milhões
Fernando Donasci/Folha Imagem
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Raia olímpica da USP, na marginal Pinheiros, cheia após chuvas que atingiram a capital anteontem |
EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O plano de combate às enchentes na região metropolitana de São Paulo, elaborado em
1998, ainda vai demorar cerca
de dez anos para ser concluído.
Nos últimos oito anos, Estado e
prefeitura realizaram 45,98%
das obras previstas.
O plano previa a construção
de piscinões com capacidade de
armazenar 11,4 milhões de m3
nas bacias do rio Tamanduateí
e nos córregos Pirajussara e
Aricanduva, as obras de ampliação da calha e construção
de duas barragens no rio Tietê.
As obras no Tietê foram concluídas, o que serviu para evitar
que o rio inundasse com as fortes chuvas de anteontem, mas
os 32 piscinões já construídos
têm capacidade de armazenamento de apenas 5,2 milhões
de m3.
Porém, mesmo que o plano
estivesse concluído, ainda assim ocorreriam enchentes.
O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, que inclui ainda as bacias
dos rios Baquirivu (Guarulhos)
e Médio Juqueri (Francisco
Morato) e do ribeirão Vermelho (entre Osasco e São Paulo),
já previa em 1998 que os municípios da região metropolitana
precisariam implantar projetos locais de microdrenagem.
Até agora, 28 dos 67 piscinões previstos para as bacias
do rio Tamanduateí e dos córregos Aricanduva e Pirajussara
foram construídos. Um, no Tamanduateí, está em fase final e
outros cinco já têm projetos.
No Pirajussara, há um em fase
de desapropriação de área.
De acordo com Ubirajara Felix, diretor de Engenharia e
Obras do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica),
do governo do Estado, no ritmo
atual serão necessários cerca
de dez anos para as obras serem concluídas.
De acordo com a assessoria
do DAEE, o plano demora por
falta de áreas disponíveis. Piscinões são construídos pelo Estado, mas a desapropriação é
feita pelas prefeituras.
Prejuízos
O Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) estima em cerca de R$ 13 milhões
o prejuízo da capital com as fortes chuvas de ontem. O cálculo
foi feito com base nos valores
de PIB (Produto Interno Bruto) gerados a cada hora na capital. Segundo o diretor do Sinaenco Marcelo Rozemberg, a
avaliação considerou que houve prejuízos diretos e indiretos.
A Associação Comercial de
SP calcula que as chuvas de anteontem causaram uma perda
de 10% nas vendas.
Colaborou DO "AGORA"
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