São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006

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Plano antienchente de 98 não é concluído

Nos últimos oito anos, Estado e prefeitura fizeram 45,98% das obras previstas, como piscinões e construções de calhas

Departamento de águas diz que obras podem levar dez anos; prejuízo com a última enchente chegaria a R$ 13 milhões

Fernando Donasci/Folha Imagem
Raia olímpica da USP, na marginal Pinheiros, cheia após chuvas que atingiram a capital anteontem


EVANDRO SPINELLI
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

O plano de combate às enchentes na região metropolitana de São Paulo, elaborado em 1998, ainda vai demorar cerca de dez anos para ser concluído. Nos últimos oito anos, Estado e prefeitura realizaram 45,98% das obras previstas.
O plano previa a construção de piscinões com capacidade de armazenar 11,4 milhões de m3 nas bacias do rio Tamanduateí e nos córregos Pirajussara e Aricanduva, as obras de ampliação da calha e construção de duas barragens no rio Tietê.
As obras no Tietê foram concluídas, o que serviu para evitar que o rio inundasse com as fortes chuvas de anteontem, mas os 32 piscinões já construídos têm capacidade de armazenamento de apenas 5,2 milhões de m3.
Porém, mesmo que o plano estivesse concluído, ainda assim ocorreriam enchentes.
O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia do Alto Tietê, que inclui ainda as bacias dos rios Baquirivu (Guarulhos) e Médio Juqueri (Francisco Morato) e do ribeirão Vermelho (entre Osasco e São Paulo), já previa em 1998 que os municípios da região metropolitana precisariam implantar projetos locais de microdrenagem.
Até agora, 28 dos 67 piscinões previstos para as bacias do rio Tamanduateí e dos córregos Aricanduva e Pirajussara foram construídos. Um, no Tamanduateí, está em fase final e outros cinco já têm projetos. No Pirajussara, há um em fase de desapropriação de área.
De acordo com Ubirajara Felix, diretor de Engenharia e Obras do DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica), do governo do Estado, no ritmo atual serão necessários cerca de dez anos para as obras serem concluídas.
De acordo com a assessoria do DAEE, o plano demora por falta de áreas disponíveis. Piscinões são construídos pelo Estado, mas a desapropriação é feita pelas prefeituras.

Prejuízos
O Sinaenco (Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva) estima em cerca de R$ 13 milhões o prejuízo da capital com as fortes chuvas de ontem. O cálculo foi feito com base nos valores de PIB (Produto Interno Bruto) gerados a cada hora na capital. Segundo o diretor do Sinaenco Marcelo Rozemberg, a avaliação considerou que houve prejuízos diretos e indiretos.
A Associação Comercial de SP calcula que as chuvas de anteontem causaram uma perda de 10% nas vendas.


Colaborou DO "AGORA"


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