São Paulo, quarta-feira, 06 de dezembro de 2006

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Especialistas afirmam que só piscinão não resolve problema das inundações

AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL

Especialistas ouvidos pela Folha avaliam que não adianta investir em piscinões para resolver o as enchentes. Eles explicam que as inundações são um problema complexo, que ocorre em razão da alta impermeabilização da cidade e da ocupação desordenada em áreas de várzea e fundos de vale. Rios precisam se expandir quando há chuva, mas, como não há espaço nas margens, ocorrem alagamentos.
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP João Setti Whitaker, enchentes são uma somatória de má engenharia urbana, legislação pouco rigorosa e falta de fiscalização. "O shopping D&D, por exemplo, tem cinco andares de estacionamento subterrâneo a menos de 30 metros do rio Tietê. Aquela área está impermeabilizada", diz.
A professora Maria Lúcia Martins, também da FAU, sugere aumentar áreas verdes para tornar a cidade mais permeável, fazer piscinões ou parques lineares (ao longo de rios) e piscininhas -pequenos reservatórios em edifícios ou condomínios para abrigar água da chuva. Segundo ela, também é preciso educação ambiental.
Wagner Ribeiro, presidente da pós-graduação em ciência ambiental da USP, cita uma idéia usada nos EUA para minimizar o problema. "Nos telhados de um condomínio a água cai numa espécie de serpentina, em espiral, o que faz com que desça mais lentamente."

Segunda vítima
O servente de pedreiro Sandro Pinheiro de Jesus, 39, foi a segunda vítima das chuvas que atingiram a Grande São Paulo na última semana. Ele morreu anteontem, enquanto dormia, após um muro desabar sobre seu barraco, na favela de Itapegica, em Guarulhos.


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