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Especialistas afirmam que só piscinão não resolve problema das inundações
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
Especialistas ouvidos pela
Folha avaliam que não adianta
investir em piscinões para resolver o as enchentes. Eles explicam que as inundações são
um problema complexo, que
ocorre em razão da alta impermeabilização da cidade e da
ocupação desordenada em
áreas de várzea e fundos de vale. Rios precisam se expandir
quando há chuva, mas, como
não há espaço nas margens,
ocorrem alagamentos.
Para o professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
da USP João Setti Whitaker,
enchentes são uma somatória
de má engenharia urbana, legislação pouco rigorosa e falta
de fiscalização. "O shopping
D&D, por exemplo, tem cinco
andares de estacionamento
subterrâneo a menos de 30 metros do rio Tietê. Aquela área
está impermeabilizada", diz.
A professora Maria Lúcia
Martins, também da FAU, sugere aumentar áreas verdes para tornar a cidade mais permeável, fazer piscinões ou parques lineares (ao longo de rios)
e piscininhas -pequenos reservatórios em edifícios ou
condomínios para abrigar água
da chuva. Segundo ela, também
é preciso educação ambiental.
Wagner Ribeiro, presidente
da pós-graduação em ciência
ambiental da USP, cita uma
idéia usada nos EUA para minimizar o problema. "Nos telhados de um condomínio a água
cai numa espécie de serpentina, em espiral, o que faz com
que desça mais lentamente."
Segunda vítima
O servente de pedreiro Sandro Pinheiro de Jesus, 39, foi a
segunda vítima das chuvas que
atingiram a Grande São Paulo
na última semana. Ele morreu
anteontem, enquanto dormia,
após um muro desabar sobre
seu barraco, na favela de Itapegica, em Guarulhos.
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