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Jackeline, 19, queria viver no interior; Renata se dizia bem "aos 16 aninhos'
Dono do carro era grafiteiro profissional e "assinava" paredes como "Mio"
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de entrarem no carro
de Jefferson de Souza, 19, na
madrugada de ontem, as irmãs
Jackeline Ramajo Gaubeur, 19,
e Renata, 16, tinham comentado, na manhã anterior, com a
vizinha Tereza Cristina de
Araújo, 48, sobre trabalhar em
outra cidade longe de São Paulo, casar e ter filhos.
Jackeline planejava ir a Ribeirão Preto (314 km de SP).
Ela era representante de vendas de materiais odontológicos.
Havia uma semana, conta Tereza, tinha voltado de lá, onde
montou um escritório para
vender produtos à dentistas da
região.
"Ela iria para lá no ano que
vem", disse Tereza, moradora
do apartamento 12, colado ao 11
da família Ramajo Gaubeur.
Já Renata pretendia ser dona-de-casa e ter um marido que
lhe desse "filhos sadios". "Pode
parecer besteira, mas ela era
muito menininha, sonhadora e
romântica", disse Tereza.
Na página do Orkut -site de
relacionamento- das duas irmãs, vários recados foram deixados pelos amigos. Na sua página, Jackeline havia escrito:
"Nada dura para sempre, mas o
suficiente para ser inesquecível". Na página da caçula, Renata se definia como "um ser humano em construção, cheia de
defeitos, mas também muitas
qualidades...e vivendo meus 16
aninhos extremamente bem!!!"
As duas eram as filhas mais
novas da dona-de-casa Solange
Ramajo Fernandes, 47, e do
marido dela, que trabalha em
Caraguatatuba, litoral paulista.
Muito abalada ao saber das
mortes, Solange teve de ser medicada. "Minha mãe foi dopada", disse Elaine, 28, a filha
mais velha.
Ela conta que Jefferson era
amigo das irmãs. Vizinhos dizem que eles costumavam beber em frente da casa das moças. Na página de Renata, há fotos dela ao lado de amigos.
Renato de Souza, irmão de
Jefferson, diz que o irmão era
grafiteiro e assinava "Mio" nas
paredes. "Recebia cerca de R$
300 para ilustrar muros de empresas ou espaços vazios", contou o irmão.
(KT)
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