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Cinco jovens morrem em capotamento
Acidente aconteceu de madrugada na Mooca (zona leste de SP); sexto rapaz, e único sobrevivente, está hospitalizado
Uma garrafa vazia de aguardente foi achada dentro do veículo; a polícia vai investigar excesso de velocidade ou embriaguez
KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Cinco jovens, entre eles duas
irmãs, morreram e um ficou ferido após o carro onde estavam
perder o controle, entrar na
contramão, bater na guia da
calçada, capotar e se chocar
contra um poste de iluminação,
ontem de madrugada. O acidente foi na rua dos Trilhos, na
Mooca, zona leste de São Paulo.
Dentro do veículo foi encontrada uma garrafa de 500 ml de
aguardente, vazia.
O estudante Thiago Xavier
da Silva, 23, o único sobrevivente, estaria usando cinto de
segurança no banco de trás. Ele
sofreu apenas uma fratura na
clavícula e teria continuado
dentro do veículo.
Até a conclusão desta edição,
Silva continuava internado sob
observação no Hospital Municipal do Tatuapé, onde ontem à
noite morreu Jefferson Porfírio Ferreira, 21, que sofreu politraumatismo.
Com o impacto, Ferreira foi
arremessado para fora do Peugeot 106 azul ano 1997.
Morreram ainda no acidente
o motorista do carro, o grafiteiro Jefferson José de Souza, 19,
Danilo Lourenço da Silva, 18, e
as irmãs Jackeline Ramajo
Gaubeur, 19, e Renata, 16.
A Polícia Civil investiga se o
motorista estava em alta velocidade -o limite para a via é de
30 km/h, segundo a placa no local- ou embriagado -hipótese
levantada pela presença da garrafa vazia no veículo.
Além disso, os pneus dianteiros do automóvel estariam "carecas", o que dificultou a aderência na pista molhada na hora do acidente, por volta das 5h.
O irmão mais velho do motorista do Peugeot acidentado,
Renato José de Souza, 26, contestou a versão de que Jefferson de Souza poderia estar dirigindo alcoolizado.
"Ele não era de beber. Sempre foi muito prudente", disse
Renato, o mais velho dos quatro irmãos.
Saída na madrugada
Por volta das 4h de ontem,
segundo vizinhos, Jefferson de
Souza e os amigos foram à casa
das garotas, na rua do Acre, e
saíram de lá para o hipermercado Extra, que funciona 24 horas. Lá, contam moradores da
região, teriam bebido.
Depois, ainda de acordo com
o relato de vizinhos do local do
acidente, seguiram em direção
à rua dos Trilhos, sentido centro-bairro, quando o motorista
perdeu o controle do carro.
Uma outra versão, não oficial, foi relatada por pessoas
que estavam nas proximidades.
De acordo com moradores da
região, que só aceitaram falar
sob a condição de não ter seus
nomes publicados, o Peugeot
teria acelerado ao avistar um
carro da Polícia Militar.
O temor dos jovens, segundo
essa versão, seria o de serem
abordados pelos policiais e
confundidos com pichadores
-havia latas de tinta no veículo. A PM nega essa versão.
Em entrevista à TV Record,
um sétimo ocupante do carro,
chamado Caio e deixado em casa minutos antes do acidente,
relatou que seus colegas voltavam de "baladas" em barzinhos, tinham bebido uísque e
que o veículo era dirigido por
Danilo. A polícia nega isso e informa que Jefferson de Souza
conduzia o Peugeot.
No 57º DP, no Alto da Mooca,
o caso foi registrado como acidente de autoria conhecida e
homicídio culposo (não-intencional) na direção de veículo.
Jefferson de Souza, segundo
a polícia, tinha tirado carteira
de habilitação havia oito meses
e ainda estava com a licença
provisória, com validade até 17
de outubro de 2008.
Colaborou FERNANDA CRANCIANINOV
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