São Paulo, quinta-feira, 06 de dezembro de 2007

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Cinco jovens morrem em capotamento

Acidente aconteceu de madrugada na Mooca (zona leste de SP); sexto rapaz, e único sobrevivente, está hospitalizado

Uma garrafa vazia de aguardente foi achada dentro do veículo; a polícia vai investigar excesso de velocidade ou embriaguez

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Cinco jovens, entre eles duas irmãs, morreram e um ficou ferido após o carro onde estavam perder o controle, entrar na contramão, bater na guia da calçada, capotar e se chocar contra um poste de iluminação, ontem de madrugada. O acidente foi na rua dos Trilhos, na Mooca, zona leste de São Paulo. Dentro do veículo foi encontrada uma garrafa de 500 ml de aguardente, vazia.
O estudante Thiago Xavier da Silva, 23, o único sobrevivente, estaria usando cinto de segurança no banco de trás. Ele sofreu apenas uma fratura na clavícula e teria continuado dentro do veículo.
Até a conclusão desta edição, Silva continuava internado sob observação no Hospital Municipal do Tatuapé, onde ontem à noite morreu Jefferson Porfírio Ferreira, 21, que sofreu politraumatismo. Com o impacto, Ferreira foi arremessado para fora do Peugeot 106 azul ano 1997.
Morreram ainda no acidente o motorista do carro, o grafiteiro Jefferson José de Souza, 19, Danilo Lourenço da Silva, 18, e as irmãs Jackeline Ramajo Gaubeur, 19, e Renata, 16.
A Polícia Civil investiga se o motorista estava em alta velocidade -o limite para a via é de 30 km/h, segundo a placa no local- ou embriagado -hipótese levantada pela presença da garrafa vazia no veículo.
Além disso, os pneus dianteiros do automóvel estariam "carecas", o que dificultou a aderência na pista molhada na hora do acidente, por volta das 5h.
O irmão mais velho do motorista do Peugeot acidentado, Renato José de Souza, 26, contestou a versão de que Jefferson de Souza poderia estar dirigindo alcoolizado.
"Ele não era de beber. Sempre foi muito prudente", disse Renato, o mais velho dos quatro irmãos.

Saída na madrugada
Por volta das 4h de ontem, segundo vizinhos, Jefferson de Souza e os amigos foram à casa das garotas, na rua do Acre, e saíram de lá para o hipermercado Extra, que funciona 24 horas. Lá, contam moradores da região, teriam bebido.
Depois, ainda de acordo com o relato de vizinhos do local do acidente, seguiram em direção à rua dos Trilhos, sentido centro-bairro, quando o motorista perdeu o controle do carro.
Uma outra versão, não oficial, foi relatada por pessoas que estavam nas proximidades.
De acordo com moradores da região, que só aceitaram falar sob a condição de não ter seus nomes publicados, o Peugeot teria acelerado ao avistar um carro da Polícia Militar.
O temor dos jovens, segundo essa versão, seria o de serem abordados pelos policiais e confundidos com pichadores -havia latas de tinta no veículo. A PM nega essa versão.
Em entrevista à TV Record, um sétimo ocupante do carro, chamado Caio e deixado em casa minutos antes do acidente, relatou que seus colegas voltavam de "baladas" em barzinhos, tinham bebido uísque e que o veículo era dirigido por Danilo. A polícia nega isso e informa que Jefferson de Souza conduzia o Peugeot.
No 57º DP, no Alto da Mooca, o caso foi registrado como acidente de autoria conhecida e homicídio culposo (não-intencional) na direção de veículo. Jefferson de Souza, segundo a polícia, tinha tirado carteira de habilitação havia oito meses e ainda estava com a licença provisória, com validade até 17 de outubro de 2008.


Colaborou FERNANDA CRANCIANINOV

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