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Urban Age foca nas intervenções urbanas de SP
DA REPORTAGEM LOCAL
O segundo e último dia do
Urban Age, conferência internacional para discutir os rumos
das grandes cidades do mundo,
tendo São Paulo como foco desta edição, direcionou o debate
para as intervenções urbanas
realizadas na capital.
A professora do LabHab (Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos) da
FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP Ermínia Maricato chamou a atenção
para as dificuldades e os conflitos existentes por trás das mudanças que se tenta fazer em
São Paulo e ressaltou a ocupação ilegal de parte significativa
do território brasileiro.
"Nas regiões Norte e Nordeste, há 90% de informalidade da
ocupação do solo", afirmou Ermínia, acrescentando que para
tirar a população das áreas de
proteção ambiental é preciso
mudar o mercado imobiliário.
Para Nadia Somekh, diretora
do curso de arquitetura do
Mackenzie, o mercado tem dialogado mais com os pesquisadores da área do que com o próprio poder público.
"[O mercado imobiliário] está aprendendo a pensar em um
lucro inclusivo, social e democrático", opina Nadia.
O ex-governador do Paraná e
ex-prefeito de Curitiba Jaime
Lerner afirmou que os planejadores não se comunicam com a
população e que, sem isso, é
muito difícil mudar a realidade.
Na mesma linha de raciocínio,
o professor do curso de arquitetura do Makenzie Carlos Leite
afirmou que São Paulo passou
por diversas intervenções urbanas que acabaram por desorganizar sua estrutura.
"É a primeira vez que a cidade está preparada para intervenções estruturais", opina.
O ex-secretário de Planejamento Jorge Wilheim disse ver
na crise econômica mundial
uma oportunidade de mudança
do mercado imobiliário e da
ocupação irregular das áreas
públicas e protegidas.
Para a professora da FAU
(Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo) da USP, Regina
Meyer, o debate do Urban Age
esquentou a discussão sobre os
problemas paulistanos e contribuiu para educar os representantes do poder púbico, elevando o nível de informação.
"A real dimensão das cidades
é que elas são problema e também solução", resumiu Regina.
Estrangeiros
A diretora de Planejamento
de Nova York Amanda Burden
contou como foram obtidos investimentos para a cidade após
a destruição causada pelos ataques de 11 de setembro.
Os arquitetos Brandon Haw,
representando o arquiteto
Norman Foster, que cancelou
sua participação na conferência, e Kees Christiaanse apresentaram projetos para edifícios de usos múltiplos.
A programação do dia teve,
ainda, discussões sobre a adaptação das cidades às mudanças
climáticas e apresentações sobre projetos realizados em Lima, no Peru, Buenos Aires, na
Argentina, e Mumbai, na Índia.
(MB)
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