São Paulo, sábado, 06 de dezembro de 2008

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Urban Age foca nas intervenções urbanas de SP

DA REPORTAGEM LOCAL

O segundo e último dia do Urban Age, conferência internacional para discutir os rumos das grandes cidades do mundo, tendo São Paulo como foco desta edição, direcionou o debate para as intervenções urbanas realizadas na capital.
A professora do LabHab (Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos) da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP Ermínia Maricato chamou a atenção para as dificuldades e os conflitos existentes por trás das mudanças que se tenta fazer em São Paulo e ressaltou a ocupação ilegal de parte significativa do território brasileiro.
"Nas regiões Norte e Nordeste, há 90% de informalidade da ocupação do solo", afirmou Ermínia, acrescentando que para tirar a população das áreas de proteção ambiental é preciso mudar o mercado imobiliário.
Para Nadia Somekh, diretora do curso de arquitetura do Mackenzie, o mercado tem dialogado mais com os pesquisadores da área do que com o próprio poder público.
"[O mercado imobiliário] está aprendendo a pensar em um lucro inclusivo, social e democrático", opina Nadia.
O ex-governador do Paraná e ex-prefeito de Curitiba Jaime Lerner afirmou que os planejadores não se comunicam com a população e que, sem isso, é muito difícil mudar a realidade. Na mesma linha de raciocínio, o professor do curso de arquitetura do Makenzie Carlos Leite afirmou que São Paulo passou por diversas intervenções urbanas que acabaram por desorganizar sua estrutura.
"É a primeira vez que a cidade está preparada para intervenções estruturais", opina.
O ex-secretário de Planejamento Jorge Wilheim disse ver na crise econômica mundial uma oportunidade de mudança do mercado imobiliário e da ocupação irregular das áreas públicas e protegidas.
Para a professora da FAU (Faculdade de Arquitetura e Urbanismo) da USP, Regina Meyer, o debate do Urban Age esquentou a discussão sobre os problemas paulistanos e contribuiu para educar os representantes do poder púbico, elevando o nível de informação.
"A real dimensão das cidades é que elas são problema e também solução", resumiu Regina.

Estrangeiros
A diretora de Planejamento de Nova York Amanda Burden contou como foram obtidos investimentos para a cidade após a destruição causada pelos ataques de 11 de setembro.
Os arquitetos Brandon Haw, representando o arquiteto Norman Foster, que cancelou sua participação na conferência, e Kees Christiaanse apresentaram projetos para edifícios de usos múltiplos.
A programação do dia teve, ainda, discussões sobre a adaptação das cidades às mudanças climáticas e apresentações sobre projetos realizados em Lima, no Peru, Buenos Aires, na Argentina, e Mumbai, na Índia. (MB)


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