São Paulo, domingo, 06 de dezembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELOISA DENIPOTI
(1934-2009)


A professora se desfez dos livros para o bem dos alunos

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Não se sabe quantos volumes estão hoje na casa de Eloisa Denipoti, mas uma coisa é certa: sua biblioteca ficou marcada pela fartura.
Nos últimos tempos, a professora de sociologia da educação da PUC-SP já vinha se desfazendo de alguns livros.
Aos poucos, foi repassando-os aos amigos e aos alunos.
Atitude típica sua. Nas palavras da amiga e também professora da PUC Marisa Borin, Eloisa se dedicou a criar oportunidades. Exemplo: abriu muitas vagas de monitoria para oferecê-las aos estudantes. Também indicava alunos quando surgia alguma chance de emprego.
Nascida em Orlândia (SP), mudou-se com a família para a capital, onde se formou socióloga pela USP. Quando estudante, morava numa pensão e militava na JUC (Juventude Universitária Católica).
Estudou depois na França e só não concluiu o doutorado na USP porque teve de se afastar dos estudos para cuidar da mãe, doente.
Nos anos 70, ajudou a fundar a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Moema, mantida até 1987, quando seus cursos foram vendidos para outra universidade.
Também coordenou pesquisas para a Prefeitura de São Paulo e teve um escritório de planejamento urbano.
Desde 2007, estava aposentada como professora e sentia muita falta de dar aulas.
Ela morreu no domingo, aos 75 anos, de problemas cardíacos. Solteira, não teve filhos. Elza, a irmã, diz que só no mês que vem decidirá o destino da biblioteca.

coluna.obituario@uol.com.br


Texto Anterior: Mortes
Próximo Texto: FGV é acusada de desvio de verba em SP
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.