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ELOISA DENIPOTI
(1934-2009)
A professora se desfez dos livros para o bem dos alunos
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Não se sabe quantos volumes estão hoje na casa de
Eloisa Denipoti, mas uma coisa é certa: sua biblioteca ficou
marcada pela fartura.
Nos últimos tempos, a professora de sociologia da educação da PUC-SP já vinha se
desfazendo de alguns livros.
Aos poucos, foi repassando-os aos amigos e aos alunos.
Atitude típica sua. Nas palavras da amiga e também
professora da PUC Marisa
Borin, Eloisa se dedicou a
criar oportunidades. Exemplo: abriu muitas vagas de
monitoria para oferecê-las
aos estudantes. Também indicava alunos quando surgia
alguma chance de emprego.
Nascida em Orlândia (SP),
mudou-se com a família para
a capital, onde se formou socióloga pela USP. Quando estudante, morava numa pensão e militava na JUC (Juventude Universitária Católica).
Estudou depois na França e
só não concluiu o doutorado
na USP porque teve de se
afastar dos estudos para cuidar da mãe, doente.
Nos anos 70, ajudou a fundar a Faculdade de Filosofia,
Ciências e Letras de Moema,
mantida até 1987, quando
seus cursos foram vendidos
para outra universidade.
Também coordenou pesquisas para a Prefeitura de
São Paulo e teve um escritório
de planejamento urbano.
Desde 2007, estava aposentada como professora e sentia
muita falta de dar aulas.
Ela morreu no domingo,
aos 75 anos, de problemas
cardíacos. Solteira, não teve
filhos. Elza, a irmã, diz que só
no mês que vem decidirá o
destino da biblioteca.
coluna.obituario@uol.com.br
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