São Paulo, segunda-feira, 06 de dezembro de 2010

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Mulher de traficante vira alvo da Justiça

Polícia Civil e Ministério Público investigam imóveis em nomes de mulheres de líderes do CV

Vida extravagante indica que bens em nome das cônjuges são fruto de lavagem de dinheiro do tráfico


DIANA BRITO
HUDSON CORRÊA

DO RIO

O novo alvo do cerco aos bens dos traficantes do Rio, segundo apurou a Folha com uma fonte policial, será Danúbia de Souza Rangel, 26, mulher de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem. Ele comanda a venda de drogas na Rocinha (zona sul).
Danúbia costuma fazer passeios de helicóptero e veleiro e ostenta joias. Suas fotos circulam na internet e em computadores de policiais envolvidos na investigação.
Até agora, a polícia vinha se concentrando nos bens de traficantes ligados ao Comando Vermelho, que se enfraqueceu com a perda do Complexo do Alemão. Nem é líder de outra facção, a ADA (Amigo dos Amigos).
A instalação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) em favelas cariocas é apontada como o principal motivos dos ataques a veículos iniciados em 21 de novembro. Mas, desde agosto passado, a Polícia Civil e o Ministério Público também incomodavam investigando lavagem de dinheiro do tráfico por meio da compra de imóveis em nomes de mulheres de líderes do CV.

ELIAS MALUCO
Entrou no foco da polícia a mulher de Elias Pereira da Silva, o Elias Maluco, condenado pelo assassinato do jornalista Tim Lopes, em 2002, e atualmente preso em Porto Velho (RO).
A estudante de direito Silvânia Fernandes Neiva Faria, 43, casou-se no religioso com Elias Maluco em maio de 2005, no hall do presídio de segurança máxima Bangu 1, no Rio.
Silvânia passou a morar em um condomínio de classe média alta em Jacarepaguá (zona oeste). Ela tem cinco filhos que, segundo o Ministério Público, estudam em escola bilíngue.
Anda de Corolla Fielder e, de acordo com a investigação, é dona de dois imóveis além da casa em Jacarepaguá. Um deles é um apartamento de R$ 1 milhão comprado na planta na Barra da Tijuca (zona oeste). Suas despesas mensais giram em torno de R$ 20 mil.
À polícia, Silvânia diz ter conquistado os bens com o trabalho de estagiária, mas não revelou o nome do escritório de advocacia. A reportagem não a encontrou em casa na última sexta-feira nem localizou seu advogado.


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