|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Grande SP tem maior concentração
DA SUCURSAL DO RIO
A região metropolitana de São
Paulo apresenta a maior concentração de favelas do Brasil. Apenas as cidades de São Paulo, Guarulhos, Osasco e Diadema possuem 938 favelas -cerca de um
quarto do país. Embora a cidade
de São Paulo tenha o maior número absoluto de favelas (612), o
crescimento foi pequeno desde o
Censo de 1991 -4,6%.
Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
os municípios das regiões metropolitanas do país são os locais onde mais se observa o aumento ou
a grande concentração do número de favelas.
"Com o inchaço das capitais, e o
incremento econômico dos municípios do entorno do núcleo, este crescimento muitas vezes tem
sido maior nestes municípios, podendo justificar o elevado número de favelas em cidades como
Osasco e Guarulhos", afirma a
geógrafa Valéria Grace.
Quarta no ranking municipal,
Guarulhos sofreu com o crescimento desordenado. De 1991 a
2000, a população cresceu 2,46%
ao ano. Passou de 780 mil para
quase 1,1 milhão de habitantes.
Nesse período, o número de favelas mais do que dobrou, de 64 para 136.
Segundo a geógrafa e demógrafa Suzana Pasternak, a favelização
tende a ser um fenômeno metropolitano -onde há maior atividade econômica-, associado ao alto preço da terra, ao desemprego, a uma perda de renda e à falta
de uma política de combate ao déficit habitacional.
Marketing
Em Belém (PA), o número de
favelas mais que triplicou nos últimos nove anos, passando de 20
para 93. A região metropolitana
de Belém apresentou uma taxa de
crescimento populacional anual
de 3,33% nesse período. É o dobro da média nacional, que foi de
1,63%.
Curitiba é um caso à parte. Como uma cidade que é associada a
qualidade de vida pode ter 122 favelas -ocupando a quinta colocação do ranking municipal? "É
uma cidade que tem muito marketing e muita pobreza", afirma a
socióloga Alba Zaluar.
"Eles tem um marketing muito
bem feito e um centro da cidade
melhor do que o de São Paulo",
concorda Suzana. Para a especialista, a publicidade positiva sobre
a cidade pode ter atraído um fluxo de migrantes.
Urbanização
Segundo Valéria, houve um significativo aumento da concentração urbana no Paraná -hoje,
81,42% da população mora em cidades. Fatores como o aumento
da industrialização contribuíram
para esse aumento.
Ela afirma que houve um redirecionamento dos fluxos migratórios, que passaram a ocorrer
dentro do Estado -principalmente do oeste do Estado para a
região metropolitana de Curitiba.
Texto Anterior: Censo 2000: Brasil ganha 717 favelas em nove anos Próximo Texto: Para geógrafa, favelização é fato consumado Índice
|