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ADMINISTRAÇÃO
Jilmar Tatto vê "ação partidária" na reabertura de investigações sobre presidente da CET; Marrey entrará com ação penal
Procurador e secretário trocam acusações
DA REPORTAGEM LOCAL
A decisão do Conselho Superior do Ministério Público de reabrir as investigações que envolvem Dernal Oliveira Santos, novo
presidente da CET (Companhia
de Engenharia de Tráfego), levou
a uma troca de acusações entre representantes da gestão Marta Suplicy (PT) e Luiz Antonio Guimarães Marrey, procurador-geral de
Justiça do Estado de São Paulo.
O secretário dos Transportes,
Jilmar Tatto, vinculou a atitude a
uma ação partidária -acusação
que levou Marta a ser alvo de um
pedido de inquérito policial no
mês passado. "Há indícios de que
eles estão ligados ao PSDB. Acho
isso tudo uma bobagem, eles deveriam ser processados por improbidade administrativa. Estão
gastando dinheiro público em algo desnecessário", afirmou Tatto.
Marrey declarou que repudia
"com veemência as afirmativas
absurdas e falsas" feitas por Tatto,
classificou a postura dele de "antidemocrática e anti-republicana" e
disse ser "lamentável essa intolerância em relação a qualquer mecanismo de fiscalização". Afirmou ainda que entrará com uma
representação pedindo uma ação
penal por crime de calúnia "em
relação a esse Jilmar Tatto".
"Lamento que ele se incomode
tanto com a investigação, que,
aliás, é fruto de um expediente no
qual consta um documento que
dá a entender que teria havido
acordo prévio entre os participantes da licitação. Isso necessariamente precisa ser objeto de apuração", disse Marrey. "Eles não
reclamam quando a Procuradoria
deu parecer e defendeu ser constitucionais essas inúmeras taxas
que a prefeitura criou", afirmou.
Conforme informou a Folha
ontem, Santos voltou a ser investigado num processo que apura
irregularidades na condução da
licitação que selecionou os perueiros que operam hoje na capital paulista. Em fevereiro de 2003,
quando ele era chefe-de-gabinete
da Secretaria dos Transportes, foi
realizada uma reunião na sala dele na qual perueiros discutiram a
"divisão" das áreas disputadas, de
forma que todos fossem contemplados. A tentativa de loteamento
foi formalizada em uma ata, assinada por todos (inclusive Santos).
O novo presidente da CET afirmou ontem estar tranquilo "porque não houve nenhum direcionamento ou favorecimento".
A promotora Andréa Chiaratti
havia mandado arquivar a investigação, seis meses depois de receber as denúncias, sem ouvir nenhuma das partes citadas. A decisão dela foi derrubada no Conselho Superior do Ministério Público no dia 17 de novembro.
Marrey afirmou que a atitude
dos conselheiros foi "correta"
porque não chegou a haver nenhuma investigação. Segundo ele,
Chiaratti sugeriu arquivá-la "por
um motivo formal", sugerindo
que as denúncias fossem tratadas
em outras ações.
(ALENCAR IZIDORO E ISABELLE MOREIRA LIMA)
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