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TERROR NA LINHA 350
Policial afirma que adolescente chorou e negou crime
Confusão foi porque menina mentiu, afirma inspetora
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO
Responsável pelas investigações do caso do ônibus 350, a inspetora Marina Maggessi afirmou
ontem que todas as confusões na
apuração aconteceram porque
Alexandra, a adolescente de 13
anos presa dias depois do crime,
mentiu para a polícia.
"Ela morava ali, o irmão dela
trabalha para o tráfico, ela cheira
cocaína e fuma maconha quando
dão para ela. A garota é conhecida
de todo mundo", disse Maggessi.
A inspetora disse que, dias após
a ação, um PM prendeu a menina.
"Ele já havia prendido o irmão dela e, quando soube que uma adolescente tinha participado da
ação, bateu direto na casa dela."
Quando o PM chegou à menina,
dizendo que "sabia" que ela havia
participado, ela não negou. "Talvez com medo de que alguma coisa acontecesse com seu irmão."
Na delegacia, a adolescente contou à polícia tudo o que ouviu falar no morro. Ela conhecia Lorde
e sabia que uma Brenda era sua
namorada. Quando a polícia chegou com uma foto de Sabrina
Aparecida Marques Mendes, ela
disse que aquela era a Brenda.
Ela afirmou que o erro com Sabrina fez com que a polícia voltasse às primeiras fontes. Ela mostrou à garota uma foto de Brenda
e percebeu que ela não a havia reconhecido. "Falei com ela: você
ajudou tanto a gente ao tirar uma
inocente [Sabrina] da cadeia. O
que você está fazendo na cadeia?
Vou perguntar uma coisa. Você
participou desse crime? Ela começou a chorar e disse que não."
O juiz da 2ª Vara de Infância e
Juventude, Guaraci Vianna, já foi
informado de que a menina não
cometeu o crime. Há duas semanas, ela havia sido condenada a
três anos de cumprimento de medidas socioeducativas. Cabe à Justiça decidir se será solta ou punida
por mentir e prejudicar o caso.
Em entrevista à Folha em 8 de
dezembro, ela disse que escutou
Lorde pedir para o grupo queimar o ônibus e matar todos dentro dele. Mas à Justiça afirmou
que, ao ouvir a ordem, achou que
era brincadeira. "Se pudesse voltar no tempo, não faria o que fiz."
A menina, na entrevista, pediu
para ser chamada de Alexandra,
por admirar a personagem de Nívea Stelmann em "Alma Gêmea",
da TV Globo.
(TALITA FIGUEIREDO)
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