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Celso Petroni, casado com o direito
WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Toda vez que o advogado
Celso Campos Petroni chegava em casa após um dia de
julgamento, contava, em detalhes e sem nomes, a história do acusado à família
-buscava nas reações um
alento para as suas dúvidas.
Varava noites lendo e dormia sobre os livros -"respirava o direito penal" o "lutador incansável" da advocacia
brasileira, nas palavras do
presidente da OAB-SP, Luiz
Flávio Borges D'Urso.
Petroni se formou advogado em 1970 e logo abriu um
escritório com seu nome.
Fez mestrado em direito penal e foi professor da FMU
por 30 anos -mas era na
OAB que se realizava.
Foi vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos
da Ordem e membro da Comissão de Prerrogativas. Era
também da banca examinadora do Exame de Ordem,
onde tranqüilizava os candidatos, em vez de assustá-los
-os testes ainda eram orais.
Queria vê-los formados e
atuando -foi um dos criadores do curso de direito da
Unicaieiras.
Seu caso que mais rendeu
foi o divórcio de uma cliente.
Ela o convidou para jantar e
o papo rendeu um casamento, uma filha, dois enteados,
dois netos e um afilhado.
Petroni só relaxava quando punha os pés em Monte
Verde, no interior de Minas
Gerais, onde tinha uma casa
e um restaurante. Não que
ele cozinhasse -"não sabia
fritar um ovo"-, mas lá ele
tirava a gravata, recebia os
amigos, "contava os causos".
Foi na sua casa mineira, no
dia 30, enquanto fazia um
churrasco, que Petroni sofreu um infarto fulminante.
Tinha 62 anos.
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