São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Celso Petroni, casado com o direito

WILLIAN VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Toda vez que o advogado Celso Campos Petroni chegava em casa após um dia de julgamento, contava, em detalhes e sem nomes, a história do acusado à família -buscava nas reações um alento para as suas dúvidas.
Varava noites lendo e dormia sobre os livros -"respirava o direito penal" o "lutador incansável" da advocacia brasileira, nas palavras do presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso.
Petroni se formou advogado em 1970 e logo abriu um escritório com seu nome. Fez mestrado em direito penal e foi professor da FMU por 30 anos -mas era na OAB que se realizava.
Foi vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da Ordem e membro da Comissão de Prerrogativas. Era também da banca examinadora do Exame de Ordem, onde tranqüilizava os candidatos, em vez de assustá-los -os testes ainda eram orais. Queria vê-los formados e atuando -foi um dos criadores do curso de direito da Unicaieiras.
Seu caso que mais rendeu foi o divórcio de uma cliente. Ela o convidou para jantar e o papo rendeu um casamento, uma filha, dois enteados, dois netos e um afilhado.
Petroni só relaxava quando punha os pés em Monte Verde, no interior de Minas Gerais, onde tinha uma casa e um restaurante. Não que ele cozinhasse -"não sabia fritar um ovo"-, mas lá ele tirava a gravata, recebia os amigos, "contava os causos".
Foi na sua casa mineira, no dia 30, enquanto fazia um churrasco, que Petroni sofreu um infarto fulminante. Tinha 62 anos.


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