São Paulo, segunda-feira, 07 de janeiro de 2008

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Hobby de médicos do Samaritano é cuidar de carros antigos

Diversão de um grupo de cerca de 15 profissionais do hospital é participar de encontros com admiradores dos veículos

Alguns dos modelos que são xódos dos profissionais são Ford Willys e Mustang; outros médicos também têm a mesma paixão

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Quando o anestesista Admilson Gonzaga, 48, decidiu acelerar o seu Ford Willys 39 amarelo conversível a mais de 100 km/h em um trecho da rodovia dos Bandeirantes, o aceno de um policial para que parasse anunciava uma multa inevitável. Mas o oficial estava mesmo interessado em apreciar o carro, que faz parte de um "hobby" de médicos paulistanos.
Carros antigos como um Chevrolet Fleetline preto, de 1952, e um Mustang 77 são os xodós de cerca de 15 profissionais do hospital Samaritano de São Paulo. No lazer, eles trocam os cuidados com a máquina do corpo humano pelo ronco dos motores e participam de encontros em que levam seus possantes para serem admirados. Dirigir pela cidade, só em ocasiões especiais ou aos finais de semana.
"É um sonho de criança", afirma Admilson, que mandou fabricar um Ford Willys 39 para ter um carro antigo que também fosse conversível e trouxesse outras modernidades. O carro tem DVD e ar-condicionado. "Não tem coisa melhor do que viajar nele ouvindo um Bee Gees." Ele avalia que o preço para mandar fabricar um carro desse tipo é de cerca de R$ 100 mil.
Outro que troca o jaleco pelo volante nos finais de semana é o mastologista José Roberto Morales Piato, 40. Atendendo aos pedidos da filha para "andar no carro antigo", ele leva sua família ao clube Paulistano no mais puro estilo "Conduzindo Miss Daisy" em seu Chevrolet Fleetline preto, de 1952.
Para ele, a modernidade não é um luxo a ser ostentado e o que importa é a originalidade do modelo, mantendo os padrões de época. "O rádio do carro é de válvula e demora cinco minutos para começar a tocar."
Ele diz que essa paixão é mais fácil de ser mantida atualmente, em razão de haver um mercado para colecionadores.
Isso facilitou também a realização de eventos. Dimitrios Samaras, 53, coordenador do serviço de anestesia do hospital Bandeirantes, é também organizador do encontro nacional de Hot Rods -como são conhecidos os carros antigos modificados- em Águas de Lindóia (170 km de São Paulo).
Neste ano, a idéia é fazer também um evento em São Paulo reunindo médicos de diversos hospitais.
Dimitrios conta que a paixão começou na infância, com o filme "Demônios da Pista". Hoje, ele tem um Ford Tudor Sedan 1930 e considera o hobby uma válvula de escape do trabalho.
Outros carregam no sangue a paixão pelos carros. É o caso do cirurgião Ricardo Amaral Gurgel, 49, sobrinho de João Amaral Gurgel, fundador da montadora. Ele conta que viveu muito na fábrica e que seu gosto é tamanho pela empresa que hoje tem quatro carros Gurgel, entre eles o baixinho XEF 1986. Mas sua grande paixão é um Puma da década de 70.
"Ele tem um motor muito potente. Tive que reformá-lo todo. É comum pedirem para eu cantar pneu com ele."


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