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Hobby de médicos do Samaritano é cuidar de carros antigos
Diversão de um grupo de cerca de 15 profissionais do hospital é participar de encontros com admiradores dos veículos
Alguns dos modelos que são xódos dos profissionais são Ford Willys e Mustang; outros médicos também têm a mesma paixão
MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando o anestesista Admilson Gonzaga, 48, decidiu acelerar o seu Ford Willys 39 amarelo conversível a mais de 100
km/h em um trecho da rodovia
dos Bandeirantes, o aceno de
um policial para que parasse
anunciava uma multa inevitável. Mas o oficial estava mesmo
interessado em apreciar o carro, que faz parte de um "hobby"
de médicos paulistanos.
Carros antigos como um
Chevrolet Fleetline preto, de
1952, e um Mustang 77 são os
xodós de cerca de 15 profissionais do hospital Samaritano de
São Paulo. No lazer, eles trocam os cuidados com a máquina do corpo humano pelo ronco
dos motores e participam de
encontros em que levam seus
possantes para serem admirados. Dirigir pela cidade, só em
ocasiões especiais ou aos finais
de semana.
"É um sonho de criança",
afirma Admilson, que mandou
fabricar um Ford Willys 39 para ter um carro antigo que também fosse conversível e trouxesse outras modernidades. O
carro tem DVD e ar-condicionado. "Não tem coisa melhor
do que viajar nele ouvindo um
Bee Gees." Ele avalia que o preço para mandar fabricar um
carro desse tipo é de cerca de
R$ 100 mil.
Outro que troca o jaleco pelo
volante nos finais de semana é
o mastologista José Roberto
Morales Piato, 40. Atendendo
aos pedidos da filha para "andar no carro antigo", ele leva
sua família ao clube Paulistano
no mais puro estilo "Conduzindo Miss Daisy" em seu Chevrolet Fleetline preto, de 1952.
Para ele, a modernidade não
é um luxo a ser ostentado e o
que importa é a originalidade
do modelo, mantendo os padrões de época. "O rádio do carro é de válvula e demora cinco
minutos para começar a tocar."
Ele diz que essa paixão é mais
fácil de ser mantida atualmente, em razão de haver um mercado para colecionadores.
Isso facilitou também a realização de eventos. Dimitrios Samaras, 53, coordenador do serviço de anestesia do hospital
Bandeirantes, é também organizador do encontro nacional
de Hot Rods -como são conhecidos os carros antigos modificados- em Águas de Lindóia
(170 km de São Paulo).
Neste ano, a idéia é fazer
também um evento em São
Paulo reunindo médicos de diversos hospitais.
Dimitrios conta que a paixão
começou na infância, com o filme "Demônios da Pista". Hoje,
ele tem um Ford Tudor Sedan
1930 e considera o hobby uma
válvula de escape do trabalho.
Outros carregam no sangue a
paixão pelos carros. É o caso do
cirurgião Ricardo Amaral Gurgel, 49, sobrinho de João Amaral Gurgel, fundador da montadora. Ele conta que viveu muito
na fábrica e que seu gosto é tamanho pela empresa que hoje
tem quatro carros Gurgel, entre eles o baixinho XEF 1986.
Mas sua grande paixão é um
Puma da década de 70.
"Ele tem um motor muito
potente. Tive que reformá-lo
todo. É comum pedirem para
eu cantar pneu com ele."
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