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Prefeitura faz blitz contra invasão de calçada na Paulista
12 imóveis e o metrô foram notificados por ocupar irregularmente o espaço de pedestres
As invasões irregulares têm décadas; oito imóveis já corrigiram o problema, mas a Folha contou ontem mais de 20 casos na avenida
EVANDRO SPINELLI
MARIANA BARROS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo iniciou uma blitz contra as invasões de calçada da avenida Paulista. Os imóveis que ocupam
irregularmente o espaço dos
pedestres estão sendo notificados a corrigir os problemas.
Há casos em que os imóveis
ocupavam parte da calçada
com rampa de saída de veículos
-ela deveria estar recuada e
alinhada à fachada do prédio.
Um edifício residencial na esquina da rua Peixoto Gomide
tem um pilar sobre a calçada.
Na maioria dos casos, as irregularidades são a instalação de
rampas de acessibilidade para
deficientes ou escadas de acesso às entradas dos edifícios.
A prefeitura já notificou 12
imóveis e o Metrô, sendo que
oito corrigiram ou iniciaram as
obras para a correção do problema. A Folha, porém, identificou ontem mais de 20 casos
na avenida.
Há situações, diz o secretário
das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo, em que o problema
existe desde antes das desapropriações para o alargamento da
Paulista. "Tem pilar de sustentação de prédio que está em cima da calçada, só que o prédio
está lá antes da desapropriação. Nesse caso, não tem jeito."
Esse é apenas um dos problemas da Paulista, principal centro financeiro da América Latina e um dos cartões-postais de
São Paulo. Desde julho, quando
foi nomeado um "gerente" só
para cuidar da área, a prefeitura também passou a agir contra
pichadores e até bancos (veja
textos nesta pág.).
Décadas
As invasões irregulares têm
décadas. Em 1968, foi aprovado
o plano de alargamento da avenida. Foram desapropriados 10
metros de cada lado da via, que
passou a ter 48 metros de largura, e os prédios foram todos
"alinhados", mantendo as calçadas com 10 metros cada uma
-a exceção é a área do Masp,
que tem 4 metros de calçada.
Desde então, os edifícios passaram a fazer obras que, aos
poucos, foram ocupando irregularmente partes da calçada.
Até o Metrô, inaugurado na
avenida em 1990, foi notificado
a corrigir um erro na entrada de
passageiros da estação Brigadeiro -a correção foi feita.
O objetivo da blitz, segundo a
prefeitura, é facilitar o tráfego
de pessoas, além de combater
as irregularidades. Cerca de
900 mil pessoas passam pela
avenida todos os dias.
Matarazzo disse que todos os
casos devem ser resolvidos
apenas em conversa com os
proprietários. Para ele, não deve haver necessidade de recorrer à Justiça ou outras ações
administrativas, como multa,
que tem valor muito baixo, ou
pedidos de demolição.
A Folha não conseguiu localizar no final da tarde de ontem
os responsáveis pelos edifícios
ainda irregulares.
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