São Paulo, quarta-feira, 07 de janeiro de 2009

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VICTOR FROILANO BACHMANN DE MELLO (1926-2009)

3 meses para terminar a barragem de JK

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Juscelino Kubitschek chamou Victor Froilano Bachmann de Mello para conversar. Naquele dia, Victor assumiu para si inteira responsabilidade pela obra, lembra o filho, Luiz Guilherme.
JK queria que a barragem de Paranoá estivesse pronta para a inauguração de Brasília. Só que o prazo era curto demais. "Eles tiveram que terminar a barragem em tempo recorde, em apenas três meses", conta o filho, engenheiro e professor da USP. Para ele, a obra exigia mais de seis meses. Mas era um pedido presidencial.
Nascido em Goa, ex-colônia portuguesa na Índia, Victor formou-se em engenharia civil pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, no fim dos anos 40, com especialização em geotecnia. O pai, português, era coronel-médico com carreira política: foi governador de Goa e deputado.
Contratado pela Light, veio ao Brasil, de onde não mais saiu. Foi professor da USP, Mackenzie e Faap e consultor por 37 anos.
Nos últimos três anos, lutou contra uma esclerose lateral amiotrófica, que causa degeneração dos músculos. Há dois anos, perdeu movimentos dos braços e fala, o que não o afastou das leituras de que tanto gostava. Sua mulher declamava para ele -atualmente, liam Proust.
Na quinta, morreu em SP, aos 82, após parada cardíaca. Deixa dois filhos e quatro netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 12h30, na igreja Nossa Senhora do Brasil.

obituario@grupofolha.com.br



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