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VICTOR FROILANO BACHMANN DE MELLO (1926-2009)
3 meses para terminar a barragem de JK
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Juscelino Kubitschek chamou Victor Froilano Bachmann de Mello para conversar. Naquele dia, Victor assumiu para si inteira responsabilidade pela obra, lembra o
filho, Luiz Guilherme.
JK queria que a barragem
de Paranoá estivesse pronta
para a inauguração de Brasília. Só que o prazo era curto
demais. "Eles tiveram que
terminar a barragem em
tempo recorde, em apenas
três meses", conta o filho, engenheiro e professor da USP.
Para ele, a obra exigia mais
de seis meses. Mas era um
pedido presidencial.
Nascido em Goa, ex-colônia portuguesa na Índia, Victor formou-se em engenharia civil pelo MIT (Instituto
de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, no fim dos
anos 40, com especialização
em geotecnia. O pai, português, era coronel-médico
com carreira política: foi governador de Goa e deputado.
Contratado pela Light,
veio ao Brasil, de onde não
mais saiu. Foi professor da
USP, Mackenzie e Faap e
consultor por 37 anos.
Nos últimos três anos, lutou contra uma esclerose lateral amiotrófica, que causa
degeneração dos músculos.
Há dois anos, perdeu movimentos dos braços e fala, o
que não o afastou das leituras de que tanto gostava. Sua
mulher declamava para ele
-atualmente, liam Proust.
Na quinta, morreu em SP,
aos 82, após parada cardíaca.
Deixa dois filhos e quatro netos. A missa de sétimo dia será hoje, às 12h30, na igreja
Nossa Senhora do Brasil.
obituario@grupofolha.com.br
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