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MANUEL MORON ROBLES (1933-2010)
O sorridente espanhol Manolo, seus amigos e sua família
ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL
Há muitos anos, na garagem de uma casa na zona sul
de SP, espanhóis costumavam passar o fim de semana
ao redor de uma mesa, consumindo alho frito e cerveja.
Fazia parte daquela rodinha de amigos -também
apreciadora de uma boa caipirinha- um espanhol grande,
alto e de "bigode estreito",
chamado Manuel Moron.
Seu Manolo, como o conheciam, era homem sorridente
e, dizem os amigos, sempre
disposto a ajudar alguém.
Na época em que era seu vizinho, o hoje editor e escritor
Alonso Alvarez lembra-se de
quando ganhou uma máquina
de escrever. Naquela Remington, teve aulas de datilografia
dadas pelo espanhol.
O rapaz também costumava pegar caronas para o trabalho no Fusca vermelho de
Manolo, que gostava de fazer
seu percurso comentando notícias da época, como a da
chegada do homem à Lua.
De 1968 a 1993, ele trabalhou na Caterpillar, fabricante de equipamentos pesados.
Aposentou-se como gerente
de operações, conta o colega
Luiz Adolfo Lanza, que ressalta o "lado família" dele.
Na última vez que o amigo
escritor o viu, ele, feliz, disse
estar escrevendo um livro.
No Réveillon, um deslizamento atingiu a casa em que
estava com a família, num sítio em Cunha (SP). Além de
Manolo, 76, morreram a mulher, uma filha, o genro e os
dois netos. A filha Alice foi a
única a sobreviver à tragédia.
Hoje, às 19h, haverá uma
missa de sétimo dia para a família, na paróquia Santa Margarida Maria, em SP.
coluna.obituario@uol.com.br
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