São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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MANUEL MORON ROBLES (1933-2010)

O sorridente espanhol Manolo, seus amigos e sua família

ESTÊVÃO BERTONI
DA REPORTAGEM LOCAL

Há muitos anos, na garagem de uma casa na zona sul de SP, espanhóis costumavam passar o fim de semana ao redor de uma mesa, consumindo alho frito e cerveja.
Fazia parte daquela rodinha de amigos -também apreciadora de uma boa caipirinha- um espanhol grande, alto e de "bigode estreito", chamado Manuel Moron.
Seu Manolo, como o conheciam, era homem sorridente e, dizem os amigos, sempre disposto a ajudar alguém.
Na época em que era seu vizinho, o hoje editor e escritor Alonso Alvarez lembra-se de quando ganhou uma máquina de escrever. Naquela Remington, teve aulas de datilografia dadas pelo espanhol.
O rapaz também costumava pegar caronas para o trabalho no Fusca vermelho de Manolo, que gostava de fazer seu percurso comentando notícias da época, como a da chegada do homem à Lua.
De 1968 a 1993, ele trabalhou na Caterpillar, fabricante de equipamentos pesados. Aposentou-se como gerente de operações, conta o colega Luiz Adolfo Lanza, que ressalta o "lado família" dele.
Na última vez que o amigo escritor o viu, ele, feliz, disse estar escrevendo um livro.
No Réveillon, um deslizamento atingiu a casa em que estava com a família, num sítio em Cunha (SP). Além de Manolo, 76, morreram a mulher, uma filha, o genro e os dois netos. A filha Alice foi a única a sobreviver à tragédia.
Hoje, às 19h, haverá uma missa de sétimo dia para a família, na paróquia Santa Margarida Maria, em SP.

coluna.obituario@uol.com.br


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