São Paulo, quinta-feira, 07 de janeiro de 2010

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Em busca de sol, turistas continuam chegando ao litoral norte de São Paulo

DO ENVIADO A SÃO SEBASTIÃO

Os temporais pela região Sudeste e algumas estradas em más condições não afugentaram o turista que buscou o litoral norte de São Paulo neste começo de ano de sol forte pela manhã, mormaço durante o dia e as costumeiras pancadas de chuva no finalzinho da tarde.
Com a estrutura turística bem afastada de encostas e morros e vários acessos rodoviários, não se ouve falar em cancelamentos de reservas.
Ao contrário, ainda há gente chegando, e pode ser difícil encontrar hospedagem nas praias mais urbanizadas e repletas de famílias, como Boiçucanga, na costa sul de São Sebastião.
O técnico ortopédico Jair Menuni, 56, com a mulher e um casal de amigos, demorou três horas na viagem de carro entre Santo André (Grande São Paulo) e o litoral norte.
Depois de uma terça-feira de tempestade na região metropolitana, os amigos puderam ontem ter um dia de sol no litoral.
"Viemos muito bem, a estrada está boa", afirmou ele, que optou pela rodovia Mogi-Bertioga, onde ainda há obras para conter os desmoronamentos do final do ano.
Foram mais três horas percorrendo hotéis e pousadas em busca de vaga para os quatro, que costumam viajar juntos. "Você não acha. Venho aqui todos os anos nesta época, e está mais difícil." Por volta das 16h, os casais decidiram continuar a tentar a sorte em mais estabelecimentos.

Preços salgados
Outro casal, Marcelo e Raquel Peres, já havia buscado onde ficar em ao menos cinco lugares no final da tarde de ontem. As poucas opções que encontraram não cabiam no bolso -reclamação que é uma constante entre os turistas.
Acostumados a tirar férias em fevereiro, eles se assustaram com a dificuldade de se hospedar bem no começo do ano.
"O que achamos está muito inflacionado. Em fevereiro é mais fácil, um mês mais fraco, com muito mais oferta", disse o administrador de empresas Marcelo, 31.
A Folha percorreu praias, restaurantes e lojas. Não existe mesmo sinal de esvaziamento no turismo da região. A procura alta, mesmo para a temporada, não surpreendeu o secretário do Sinhores (sindicato de hotéis, restaurantes e bares do litoral norte), José Carlos de Souza.
Segundo ele, houve cancelamentos e adiamentos de reservas de vagas durante o período do Réveillon, por causa da chuva, mas o litoral de São Paulo está longe de sofrer os mesmos efeitos que o turismo da costa do Rio de Janeiro.
Mesmo o drama vivido no Rio pode até levar ainda mais gente às praias paulistas, já que moradores de São Paulo constituem boa parte dos visitantes que buscam o litoral fluminense, analisa o secretário do sindicato.
"Toda a nossa estrutura de água, energia e trânsito nas cidades funciona e funcionou muito bem neste fim de ano.
O problema é nas estradas, mas todas estão sendo liberadas", diz Souza.
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO

Colaborou DANILO VERPA , repórter-fotográfico


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