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Em busca de sol, turistas continuam chegando ao litoral norte de São Paulo
DO ENVIADO A SÃO SEBASTIÃO
Os temporais pela região
Sudeste e algumas estradas
em más condições não afugentaram o turista que buscou o litoral norte de São Paulo neste começo de ano de sol
forte pela manhã, mormaço
durante o dia e as costumeiras
pancadas de chuva no finalzinho da tarde.
Com a estrutura turística
bem afastada de encostas e
morros e vários acessos rodoviários, não se ouve falar em
cancelamentos de reservas.
Ao contrário, ainda há gente chegando, e pode ser difícil
encontrar hospedagem nas
praias mais urbanizadas e repletas de famílias, como Boiçucanga, na costa sul de São
Sebastião.
O técnico ortopédico Jair
Menuni, 56, com a mulher e
um casal de amigos, demorou
três horas na viagem de carro
entre Santo André (Grande
São Paulo) e o litoral norte.
Depois de uma terça-feira de
tempestade na região metropolitana, os amigos puderam
ontem ter um dia de sol no litoral.
"Viemos muito bem, a estrada está boa", afirmou ele,
que optou pela rodovia Mogi-Bertioga, onde ainda há obras
para conter os desmoronamentos do final do ano.
Foram mais três horas percorrendo hotéis e pousadas
em busca de vaga para os quatro, que costumam viajar juntos. "Você não acha. Venho
aqui todos os anos nesta época, e está mais difícil." Por volta das 16h, os casais decidiram
continuar a tentar a sorte em
mais estabelecimentos.
Preços salgados
Outro casal, Marcelo e Raquel Peres, já havia buscado
onde ficar em ao menos cinco
lugares no final da tarde de
ontem. As poucas opções que
encontraram não cabiam no
bolso -reclamação que é uma
constante entre os turistas.
Acostumados a tirar férias
em fevereiro, eles se assustaram com a dificuldade de se
hospedar bem no começo do
ano.
"O que achamos está muito
inflacionado. Em fevereiro é
mais fácil, um mês mais fraco,
com muito mais oferta", disse
o administrador de empresas
Marcelo, 31.
A Folha percorreu praias,
restaurantes e lojas. Não existe mesmo sinal de esvaziamento no turismo da região.
A procura alta, mesmo para
a temporada, não surpreendeu o secretário do Sinhores
(sindicato de hotéis, restaurantes e bares do litoral norte), José Carlos de Souza.
Segundo ele, houve cancelamentos e adiamentos de reservas de vagas durante o período do Réveillon, por causa
da chuva, mas o litoral de São
Paulo está longe de sofrer os
mesmos efeitos que o turismo
da costa do Rio de Janeiro.
Mesmo o drama vivido no
Rio pode até levar ainda mais
gente às praias paulistas, já
que moradores de São Paulo
constituem boa parte dos visitantes que buscam o litoral
fluminense, analisa o secretário do sindicato.
"Toda a nossa estrutura de
água, energia e trânsito nas cidades funciona e funcionou
muito bem neste fim de ano.
O problema é nas estradas,
mas todas estão sendo liberadas", diz Souza.
JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
Colaborou DANILO VERPA , repórter-fotográfico
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