São Paulo, sexta-feira, 07 de janeiro de 2011

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Por risco de fuga, juíza manda prender Roger Abdelmassih

A alegação do Ministério Público foi de que o médico pediu à Polícia Federal a renovação do seu passaporte

Especialista havia sido condenado a 278 anos de prisão por estupro de ex-pacientes e uma ex-funcionária

DE SÃO PAULO

A Justiça determinou no início da noite de ontem a prisão do médico Roger Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão por estupro e atentado violento ao pudor contra ex-pacientes e uma ex-funcionária.
A prisão havia sido pedida pelo Ministério Público Estadual anteontem à tarde com a alegação de que ele, pouco antes do Natal, procurou a Polícia Federal em São Paulo para renovar seu passaporte.
Para a Promotoria, o pedido de renovação do documento indicava que Abdelmassih iria fugir do país.
A decisão de mandar prendê-lo foi da juíza Kenarik Boujikian Felippe, da 16ª Vara Criminal de São Paulo.
Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não havia localizado o médico.
Assim que ele pediu a renovação do seu passaporte, a PF informou à Justiça que, por sua vez, acionou o Ministério Público.
O advogado de defesa de Abdelmassih, José Luiz de Oliveira Lima, disse ontem que o médico não tem intenção de fugir do Brasil.

LIBERDADE
Apesar de ter sido condenado a 278 anos de prisão no fim de novembro de 2010, Abdelmassih não podia ser preso por força de uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, em 2009.
Durante a fase do processo, o médico chegou a ficar preso entre agosto e dezembro de 2009. As acusações de estupro e atentado violento ao pudor foram reveladas pela Folha, em janeiro de 2009.
Os crimes ocorreram entre 1995 e 2008. Na condenação, constam 48 ataques, consumados ou não. Ao todo 37 mulheres foram vítimas do médico. Algumas sofreram abuso mais de uma vez.
Abdelmassih era considerado um dos mais famosos especialistas em reprodução assistida do Brasil.
O Conselho Federal de Medicina ainda investiga a suspeita de que o médico teria usado material genético que não era do casal para facilitar seus tratamentos. (JULIANNA GRANJEIA e ANDRÉ CARAMANTE)

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