São Paulo, quarta, 7 de janeiro de 1998.



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Savelli muda discurso e admite ambulante

da Reportagem Local

O secretário das Administrações Regionais, Alfredo Mário Savelli, mudou de discurso em entrevista coletiva concedida após reunião que teve com associações e sindicatos que representam camelôs e deficientes físicos.
Segundo o secretário, a prioridade da SAR é retirar os camelôs das ruas da cidade e levá-los para os bolsões -áreas especialmente destinadas para os ambulantes.
Entretanto, Savelli já admite que, enquanto os bolsões não ficam prontos, os ambulantes podem ir para onde quiser, desde que não voltem para as áreas de onde foram retirados.
"Enquanto nós retiramos os camelôs das ruas, eles podem ficar em outros locais", afirmou.
"Estamos dizendo para eles não ocuparem essas vias (a prefeitura retirou os camelôs da avenida Paulista, praças da Sé, República, Ramos, Patriarca e viaduto do Chá)."
Questionado se não estava apenas transferindo o problema do comércio ambulante sem resolvê-lo de fato -só levando os camelôs de um local para outro-, Savelli mudou de tom.
"Nós vamos tirá-los de todas as ruas, mas não dá para fazer tudo num estalo. Estamos num processo de transição que está muito mais agradável do que eu imaginava", afirmou Savelli.
Bolsões
Até agora, a prefeitura só entregou um dos bolsões, o do largo 13 de Maio, em Santo Amaro (zona sul de São Paulo).
Outros três já estão em obras: rua Coronel Mursa, praça Fernando Costa e praça Armênia.
O bolsão da rua Coronel Mursa é recusado pelos camelôs. A prefeitura pretende transferir 700 ambulantes para lá.
"Aquilo é um cemitério. Ninguém passa naquele lixo", disse Néo Marques, presidente da Atasp (Associação dos Trabalhadores Ambulantes de São Paulo).
Marques propôs ontem para Savelli que os camelôs sem licença sejam levados para os bolsões e que para os licenciados a prefeitura destine prédios públicos abandonados nos quais os camelôs pagariam aluguel de bancas padronizadas e recolheriam impostos.
"Seriam pequenos shoppings. Pagaríamos aluguel e passaríamos a ser pequenos empresários."



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