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Savelli muda discurso e admite ambulante
da Reportagem Local
O secretário das Administrações
Regionais, Alfredo Mário Savelli,
mudou de discurso em entrevista
coletiva concedida após reunião
que teve com associações e sindicatos que representam camelôs e
deficientes físicos.
Segundo o secretário, a prioridade da SAR é retirar os camelôs das
ruas da cidade e levá-los para os
bolsões -áreas especialmente
destinadas para os ambulantes.
Entretanto, Savelli já admite que,
enquanto os bolsões não ficam
prontos, os ambulantes podem ir
para onde quiser, desde que não
voltem para as áreas de onde foram retirados.
"Enquanto nós retiramos os camelôs das ruas, eles podem ficar
em outros locais", afirmou.
"Estamos dizendo para eles não
ocuparem essas vias (a prefeitura
retirou os camelôs da avenida Paulista, praças da Sé, República, Ramos, Patriarca e viaduto do Chá)."
Questionado se não estava apenas transferindo o problema do
comércio ambulante sem resolvê-lo de fato -só levando os camelôs de um local para outro-,
Savelli mudou de tom.
"Nós vamos tirá-los de todas as
ruas, mas não dá para fazer tudo
num estalo. Estamos num processo de transição que está muito
mais agradável do que eu imaginava", afirmou Savelli.
Bolsões
Até agora, a prefeitura só entregou um dos bolsões, o do largo 13
de Maio, em Santo Amaro (zona
sul de São Paulo).
Outros três já estão em obras: rua
Coronel Mursa, praça Fernando
Costa e praça Armênia.
O bolsão da rua Coronel Mursa é
recusado pelos camelôs. A prefeitura pretende transferir 700 ambulantes para lá.
"Aquilo é um cemitério. Ninguém passa naquele lixo", disse
Néo Marques, presidente da Atasp
(Associação dos Trabalhadores
Ambulantes de São Paulo).
Marques propôs ontem para Savelli que os camelôs sem licença
sejam levados para os bolsões e
que para os licenciados a prefeitura destine prédios públicos abandonados nos quais os camelôs pagariam aluguel de bancas padronizadas e recolheriam impostos.
"Seriam pequenos shoppings.
Pagaríamos aluguel e passaríamos
a ser pequenos empresários."
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