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POLÍCIA
Bandido foi assassinado anteontem à noite com um tiro, em Joinville, na casa do pescador com quem morava
Corpo de Luz Vermelha é enterrado em SC
FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Joinville
Foi enterrado às 16h de ontem no
cemitério São Sebastião, em Joinville (180 km ao norte de Florianópolis), João Acácio Pereira da Costa, conhecido como "Bandido da
Luz Vermelha". Ele tinha 55 anos.
Luz Vermelha havia sido colocado em liberdade, em São Paulo, no
final de agosto do ano passado,
após 30 anos de prisão. Ele havia
sido condenado por 88 crimes, entre eles quatro homicídios, sete
tentativas de homicídio e 77 roubos.
Costa foi assassinado por volta
das 21h de anteontem no bairro
Cubatão, zona norte da cidade,
onde morava havia pouco mais de
dois meses na casa do pescador e
comerciante Nelson Pisingher, 46.
O pescador é o principal suspeito
pelo crime. Ele está foragido. O outro suspeito é um homem com idade entre 35 anos e 40 anos que teria
discutido com o ex-detento em um
bar próximo da casa poucas horas
antes do crime.
O irmão de Pisingher, Lírio, 43,
chegou a dizer que foi Nelson
quem matou o Luz Vermelha, mas
depois disse que não viu quem deu
o tiro. "O tiro foi disparado com
uma espingarda", afirmou. Ninguém soube informar onde ele estava ontem à tarde.
Vânia Alves Silva, 43, mulher de
Nelson, disse não saber se o marido foi o autor do disparo que atingiu Costa na têmpora esquerda.
"Eu estava assistindo a um programa de TV quando ouvi o tiro e
o grito dele", disse Vânia, que afirma que a família não tem armas.
Assédio
Matilde Catafesta, 74, mãe do
pescador, tentou explicar como o
crime aconteceu, mas também
não reconheceu o filho como responsável. Segundo ela, Lírio, irmão do pescador, foi ameaçado
por Costa.
"O João Acácio estava na porta
da casa dizendo que ia matar todo
mundo, o Lírio foi conversar e acabou ameaçado com uma faca de
pão", disse Matilde. "Quando ele
levantou a faca, recebeu o tiro, que
veio do mato."
Assédio
Para Vânia, Luz Vermelha foi
morto porque estava assediando
as mulheres da família. A casa em
que ele morava era dividida com
Matilde e a filha caçula do pescador, Lígia, 13.
O segundo suspeito pelo crime é
um homem desconhecido da família. Segundo Vânia, ele teria discutido e cortado o braço de Costa à
tarde. O ex-detento teria fugido
para o mato e aparecido à noite
ameaçando todos da família.
Para o delegado do 2º Distrito
Policial de Joinville, Uriel Ribeiro,
que investiga o caso, a cena do crime descrita pela família está "um
pouquinho montada". Ele recebe
hoje o laudo da perícia e começa a
ouvir os depoimentos.
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