São Paulo, quarta, 7 de janeiro de 1998.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

POLÍCIA
Bandido foi assassinado anteontem à noite com um tiro, em Joinville, na casa do pescador com quem morava
Corpo de Luz Vermelha é enterrado em SC

FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Joinville

Foi enterrado às 16h de ontem no cemitério São Sebastião, em Joinville (180 km ao norte de Florianópolis), João Acácio Pereira da Costa, conhecido como "Bandido da Luz Vermelha". Ele tinha 55 anos.
Luz Vermelha havia sido colocado em liberdade, em São Paulo, no final de agosto do ano passado, após 30 anos de prisão. Ele havia sido condenado por 88 crimes, entre eles quatro homicídios, sete tentativas de homicídio e 77 roubos.
Costa foi assassinado por volta das 21h de anteontem no bairro Cubatão, zona norte da cidade, onde morava havia pouco mais de dois meses na casa do pescador e comerciante Nelson Pisingher, 46.
O pescador é o principal suspeito pelo crime. Ele está foragido. O outro suspeito é um homem com idade entre 35 anos e 40 anos que teria discutido com o ex-detento em um bar próximo da casa poucas horas antes do crime.
O irmão de Pisingher, Lírio, 43, chegou a dizer que foi Nelson quem matou o Luz Vermelha, mas depois disse que não viu quem deu o tiro. "O tiro foi disparado com uma espingarda", afirmou. Ninguém soube informar onde ele estava ontem à tarde.
Vânia Alves Silva, 43, mulher de Nelson, disse não saber se o marido foi o autor do disparo que atingiu Costa na têmpora esquerda. "Eu estava assistindo a um programa de TV quando ouvi o tiro e o grito dele", disse Vânia, que afirma que a família não tem armas.

Assédio
Matilde Catafesta, 74, mãe do pescador, tentou explicar como o crime aconteceu, mas também não reconheceu o filho como responsável. Segundo ela, Lírio, irmão do pescador, foi ameaçado por Costa.
"O João Acácio estava na porta da casa dizendo que ia matar todo mundo, o Lírio foi conversar e acabou ameaçado com uma faca de pão", disse Matilde. "Quando ele levantou a faca, recebeu o tiro, que veio do mato."

Assédio
Para Vânia, Luz Vermelha foi morto porque estava assediando as mulheres da família. A casa em que ele morava era dividida com Matilde e a filha caçula do pescador, Lígia, 13.
O segundo suspeito pelo crime é um homem desconhecido da família. Segundo Vânia, ele teria discutido e cortado o braço de Costa à tarde. O ex-detento teria fugido para o mato e aparecido à noite ameaçando todos da família.
Para o delegado do 2º Distrito Policial de Joinville, Uriel Ribeiro, que investiga o caso, a cena do crime descrita pela família está "um pouquinho montada". Ele recebe hoje o laudo da perícia e começa a ouvir os depoimentos.



Texto Anterior | Próximo Texto | Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.