São Paulo, quarta-feira, 07 de fevereiro de 2001

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Seguranças do ES são acusados de abuso sexual

FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA

A denúncia de violência praticada por seguranças do hipermercado Carrefour, no Rio de Janeiro, não é inédita. Dois seguranças da unidade de Vila Velha (ES) são acusados de terem espancado e abusado sexualmente de três mulheres que foram flagradas roubando latas de azeite no local, em março do ano passado.
Dois policiais militares também estão envolvidos no caso. Eles teriam sido chamados pelos seguranças do hipermercado e ajudado a espancar as três mulheres.
O Ministério Público denunciou o chefe da segurança, Adelson João da Mota, e o segurança Fabiano Palhoni de Almeida por lesões corporais, atos libidinosos e cárcere privado.
Os PMs Carlos Augusto Silva e Jomarks Rodrigues Pereira, do 4º Batalhão da Polícia Militar, estão respondendo a processo na Justiça Militar, acusados de lesões leves e atentado violento ao pudor.
Janaína Reis Vicente, 21, Márcia Viana, 21, e Floricena da Rocha, 33, teriam sido levadas para a sala da segurança do hipermercado, onde teriam sido espancadas. Segundo elas, depois de já terem apanhado com um cassetete e recebido chutes, Mota ligou para os PMs, que estavam de serviço. "Eles já entraram na sala batendo. Depois, começaram a sessão de violência sexual", disse o advogado das mulheres, Fernando Leal.
O deputado estadual Cláudio Vereza (PT) disse que a Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa fez uma visita ao Carrefour logo após o ocorrido. De acordo com Vereza, foi constatado que a sala da segurança foi modificada. "Tiraram o material que escurecia os vidros das janelas, para passar a falsa idéia de que a sala era um local transparente", declarou o deputado.
A assessora de imprensa do Carrefour, Cristina Trewikowski, disse que, logo após o ocorrido, os funcionários foram afastados do serviço e foi feita uma sindicância interna, em que não foi constatada violência sexual ou física.
De acordo com a assessoria de imprensa, o procedimento do hipermercado de levar pessoas flagradas furtando produtos para as salas de verificação -as salas da segurança- tem o objetivo de evitar o constrangimento dessas pessoas diante de outros clientes.
Os dois policiais militares não foram afastados. Segundo o comando do 4º BPM, isso só acontecerá se eles forem condenados pela Justiça Militar.


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