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Seguranças do ES são acusados de abuso sexual
FERNANDA KRAKOVICS
DA AGÊNCIA FOLHA
A denúncia de violência praticada por seguranças do hipermercado Carrefour, no Rio de Janeiro,
não é inédita. Dois seguranças da
unidade de Vila Velha (ES) são
acusados de terem espancado e
abusado sexualmente de três mulheres que foram flagradas roubando latas de azeite no local, em
março do ano passado.
Dois policiais militares também
estão envolvidos no caso. Eles teriam sido chamados pelos seguranças do hipermercado e ajudado a espancar as três mulheres.
O Ministério Público denunciou o chefe da segurança, Adelson João da Mota, e o segurança
Fabiano Palhoni de Almeida por
lesões corporais, atos libidinosos
e cárcere privado.
Os PMs Carlos Augusto Silva e
Jomarks Rodrigues Pereira, do 4º
Batalhão da Polícia Militar, estão
respondendo a processo na Justiça Militar, acusados de lesões leves e atentado violento ao pudor.
Janaína Reis Vicente, 21, Márcia
Viana, 21, e Floricena da Rocha,
33, teriam sido levadas para a sala
da segurança do hipermercado,
onde teriam sido espancadas. Segundo elas, depois de já terem
apanhado com um cassetete e recebido chutes, Mota ligou para os
PMs, que estavam de serviço.
"Eles já entraram na sala batendo.
Depois, começaram a sessão de
violência sexual", disse o advogado das mulheres, Fernando Leal.
O deputado estadual Cláudio
Vereza (PT) disse que a Comissão
de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa fez uma visita ao
Carrefour logo após o ocorrido.
De acordo com Vereza, foi constatado que a sala da segurança foi
modificada. "Tiraram o material
que escurecia os vidros das janelas, para passar a falsa idéia de que
a sala era um local transparente",
declarou o deputado.
A assessora de imprensa do
Carrefour, Cristina Trewikowski,
disse que, logo após o ocorrido, os
funcionários foram afastados do
serviço e foi feita uma sindicância
interna, em que não foi constatada violência sexual ou física.
De acordo com a assessoria de
imprensa, o procedimento do hipermercado de levar pessoas flagradas furtando produtos para as
salas de verificação -as salas da
segurança- tem o objetivo de
evitar o constrangimento dessas
pessoas diante de outros clientes.
Os dois policiais militares não
foram afastados. Segundo o comando do 4º BPM, isso só acontecerá se eles forem condenados pela Justiça Militar.
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