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Médico é acusado de ser
mandante de sequestro
RONALDO SOARES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O geriatra Décio Basso, 42, foi
preso ontem, em Maringá (norte
do Paraná), acusado de ser o
mandante do sequestro da estudante Marta Chamas, 17, filha de
outro médico da cidade, o pediatra Kemel Jorge Chammas, 60.
A estudante permaneceu em
poder de sequestradores durante
quatro dias e foi libertada ontem.
Seu cativeiro era uma construção nos fundos da casa de Basso,
onde a vítima disse ter permanecido a maior parte do tempo acorrentada a um botijão de gás.
O caso começou a ser desvendado quando a polícia prendeu, na
madrugada de ontem, Levino
Carlos Augusto, 41, em uma localidade a 60 quilômetros de Maringá. Ele confessou participação no
sequestro e apontou Basso como
mandante do crime.
Ao chegar ao local do cativeiro,
a polícia descobriu que a estudante acabara de ser retirada da casa e
que estaria prestes a ser libertada
mediante pagamento de resgate
-inicialmente, os sequestradores exigiam US$ 150 mil, mas acabaram aceitando os R$ 100 mil
oferecidos pela família.
A prisão de Basso possibilitou a
identificação do local para onde a
estudante havia sido levada -um
matagal à beira de uma estrada.
A estudante foi libertada antes
de a família pagar o resgate. Ela
estava em poder do sequestrador
Luiz Carlos de Jesus da Rocha Silva, 20, que conseguiu fugir, mas
foi preso horas depois.
Silva também apontou Basso
como mentor do sequestro. A polícia procura um quarto participante do crime.
Marta Chammas foi sequestrada na noite de sexta-feira, quando
dois homens armados invadiram
a casa de Kemel Chammas.
O médico, sua mulher, Neiva, e
quatro filhos do casal foram
amordaçados, agredidos com socos e sedados com soníferos. Os
criminosos fugiram no carro do
pediatra, levando Marta.
Em depoimento à polícia, o geriatra Décio Basso confessou que
contratou homens para irem à casa de Chamas "apenas para dar
um susto" no médico.
Segundo Basso, sua intenção
era se vingar de um processo a
que responde no CRM (Conselho
Regional de Medicina) de Maringá, presidido por Chammas. O geriatra alegou que não esperava
que o caso tivesse "esse desfecho"
(o sequestro).
Em entrevista a rádio CBN, o
médico mudou sua versão e disse
que sua intenção era cobrar de
Chammas uma suposta dívida de
R$ 50 mil -o pediatra nega que
devesse dinheiro a Basso.
Os acusados podem ser condenados a até 30 anos de prisão.
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