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"Peixe predador" é usado contra a doença no CE
KAMILA FERNANDES
DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA
Um peixinho que chega a medir, no máximo, seis centímetros é a novidade no combate à
dengue em Fortaleza.
Conhecido como "peixe beta", ele já foi espalhado por cerca de 13 mil depósitos de água
na cidade só este ano.
A capital cearense está sendo
pioneira na implantação da experiência, estudada pela Universidade do Estado do Ceará,
com o apoio da Funasa e do governo do Estado.
Predador
As pesquisas descobriram
que o peixe é um predador voraz da larva do mosquito da
dengue.
Colocado sozinho em uma
caixa d'água infestada pela
doença, o peixe chega a comer
500 larvas do mosquito da dengue por dia.
Origem
A origem do peixe é asiática,
mas hoje ele pode ser encontrado com facilidade pelas lagoas
de Fortaleza, o que torna seu
custo quase nulo para o Estado.
Sua vida útil é de três anos, e
ele não apresenta nenhum risco de intoxicação a quem vier a
consumir a água em que o peixe foi colocado.
A única precaução é não deixar dois peixes juntos no mesmo lugar, pois eles podem se
atacar mutuamente.
A aplicação do peixe nos possíveis depósitos de larvas ainda
é tímida diante dos números da
doença em Fortaleza.
Existem no município cerca
de 260 mil caixas d'água sem
vedação.
Medo
A maior dificuldade encontrada atualmente para o extermínio do mosquito na cidade
tem sido o medo da população
de receber em casa os agentes
de saúde.
Um assalto que aconteceu há
duas semanas piorou ainda
mais a situação.
Dois homens usando uniformes de agentes comunitários
de saúde invadiram uma casa e
fizeram uma família inteira como refém.
Depois do assalto, a dona-de-casa sofreu um derrame cerebral e morreu.
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