São Paulo, segunda-feira, 07 de fevereiro de 2005

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Escola tenta o tri com mais uma polêmica; Portela inova com águia feita em alumínio e Porto da Pedra tenta impressionar jurados

Uma das favoritas, Beija-Flor fecha desfile

LUIZ FERNANDO VIANNA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Nenhuma das escolas que desfilaram ontem no Carnaval do Rio e das seis primeiras a desfilar hoje poderá, por melhor que tenha sido sua apresentação, comemorar antes de a última agremiação entrar na Marquês de Sapucaí.
É que o encerramento do Grupo Especial está a cargo da Beija-Flor, mais do que nunca uma das grandes favoritas. A escola de Nilópolis tenta o tricampeonato, seqüência que só emplacou entre 1976 e 1978, quando realizou desfiles luxuosos com Joãosinho Trinta.
Na era sambódromo, iniciada em 1984, três escolas caíram do cavalo ao entrarem na avenida como favoritas ao tri: a Mangueira em 88, a Mocidade em 92 e a Imperatriz Leopoldinense em 96. Mas esta última conseguiu o feito em 1999, 2000 e 2001.
Já tendo criado várias alas e alegorias polêmicas em outros carnavais, a Beija-Flor deve entrar este ano com um ator representando o martírio de Jesus Cristo.
A Arquidiocese do Rio pediu para a escola mudar de idéia, mas a diretoria confirmou a cena na última sexta-feira.
Novamente comandada por Laíla, coordenador da comissão de Carnaval da escola, a Beija-Flor conta com o refrão forte de seu samba para empolgar o público com o enredo sobre as Missões jesuíticas no Sul do país.
Empolgar a platéia é algo que não será difícil para a Unidos do Porto da Pedra, a escola que abre a série desta noite, às 21h. Seu samba, "Festa Profana", é o mesmo com que a União da Ilha desfilou em 1989. "Eu vou tomar um porre de felicidade/ Vou sacudir, eu vou zoar toda cidade" é o famoso refrão.
Para impressionar os jurados, a Porto da Pedra lança mão de duas armas: o carro da deusa egípcia Ísis, com 120 pessoas, alegoria humana à semelhança da que a Unidos da Tijuca criou no ano passado; e o carro do Boi Ápis -animal sagrado da mitologia egípcia-, o mais pesado de todas as escolas, com 800 quilos.
A Caprichosos de Pilares também revive outros carnavais, mas não no seu samba. O enredo trata dos 20 anos da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba). A escola ainda traz de volta à avenida, depois de um ano de ausência, a madrinha de bateria Luma de Oliveira.
Mulher bonita à frente da bateria também terá a Unidos do Viradouro, cuja musa é Juliana Paes.
Na Portela, depois de muita dificuldade para se encaixar a tradicional águia no enredo que aborda as oito metas da ONU para o milênio, resolveu-se mudar a cara da escultura: o símbolo oficial da escola foi feito todo em alumínio pela primeira vez. Não haverá nem sequer uma pluma colorida para recobrir a ave.
Quinta escola da noite, a Imperatriz Leopoldinense é outra das favoritas. O enredo "Uma Delirante Confusão Fabulística", em que se mistura Hans Christian Andersen e Monteiro Lobato.
Patrocinada pela Fundação Hans Christian Andersen, a Imperatriz também terá 300 dinamarqueses entre seus componentes. Presença mais ostensiva de patrocinador é a da Grande Rio, que pôs o nome de dois produtos da Nestlé em seu samba e deverá ter outras referências à empresa.
Boa parte do elenco de "Senhora do Destino" estará na Grande Rio, gravando cenas da novela e desfilando para valer.


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