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Escola tenta o tri com mais uma polêmica; Portela inova com águia feita em alumínio e Porto da Pedra tenta impressionar jurados
Uma das favoritas, Beija-Flor fecha desfile
LUIZ FERNANDO VIANNA
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Nenhuma das escolas que desfilaram ontem no Carnaval do Rio
e das seis primeiras a desfilar hoje
poderá, por melhor que tenha sido sua apresentação, comemorar
antes de a última agremiação entrar na Marquês de Sapucaí.
É que o encerramento do Grupo
Especial está a cargo da Beija-Flor,
mais do que nunca uma das grandes favoritas. A escola de Nilópolis tenta o tricampeonato, seqüência que só emplacou entre 1976 e
1978, quando realizou desfiles luxuosos com Joãosinho Trinta.
Na era sambódromo, iniciada
em 1984, três escolas caíram do
cavalo ao entrarem na avenida como favoritas ao tri: a Mangueira
em 88, a Mocidade em 92 e a Imperatriz Leopoldinense em 96.
Mas esta última conseguiu o feito
em 1999, 2000 e 2001.
Já tendo criado várias alas e alegorias polêmicas em outros carnavais, a Beija-Flor deve entrar este ano com um ator representando o martírio de Jesus Cristo.
A Arquidiocese do Rio pediu
para a escola mudar de idéia, mas
a diretoria confirmou a cena na
última sexta-feira.
Novamente comandada por
Laíla, coordenador da comissão
de Carnaval da escola, a Beija-Flor
conta com o refrão forte de seu
samba para empolgar o público
com o enredo sobre as Missões jesuíticas no Sul do país.
Empolgar a platéia é algo que
não será difícil para a Unidos do
Porto da Pedra, a escola que abre
a série desta noite, às 21h. Seu
samba, "Festa Profana", é o mesmo com que a União da Ilha desfilou em 1989. "Eu vou tomar um
porre de felicidade/ Vou sacudir,
eu vou zoar toda cidade" é o famoso refrão.
Para impressionar os jurados, a
Porto da Pedra lança mão de duas
armas: o carro da deusa egípcia
Ísis, com 120 pessoas, alegoria humana à semelhança da que a Unidos da Tijuca criou no ano passado; e o carro do Boi Ápis -animal sagrado da mitologia egípcia-, o mais pesado de todas as
escolas, com 800 quilos.
A Caprichosos de Pilares também revive outros carnavais, mas
não no seu samba. O enredo trata
dos 20 anos da Liesa (Liga Independente das Escolas de Samba).
A escola ainda traz de volta à avenida, depois de um ano de ausência, a madrinha de bateria Luma
de Oliveira.
Mulher bonita à frente da bateria também terá a Unidos do Viradouro, cuja musa é Juliana Paes.
Na Portela, depois de muita dificuldade para se encaixar a tradicional águia no enredo que aborda as oito metas da ONU para o
milênio, resolveu-se mudar a cara
da escultura: o símbolo oficial da
escola foi feito todo em alumínio
pela primeira vez. Não haverá
nem sequer uma pluma colorida
para recobrir a ave.
Quinta escola da noite, a Imperatriz Leopoldinense é outra das
favoritas. O enredo "Uma Delirante Confusão Fabulística", em
que se mistura Hans Christian
Andersen e Monteiro Lobato.
Patrocinada pela Fundação
Hans Christian Andersen, a Imperatriz também terá 300 dinamarqueses entre seus componentes. Presença mais ostensiva de
patrocinador é a da Grande Rio,
que pôs o nome de dois produtos
da Nestlé em seu samba e deverá
ter outras referências à empresa.
Boa parte do elenco de "Senhora do Destino" estará na Grande
Rio, gravando cenas da novela e
desfilando para valer.
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