|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Preso acusado de matar diretor de CDP
Segundo a polícia, o homem disse ser integrante da facção criminosa PCC; Wellington Segura foi morto em 26 de janeiro
Morte do responsável pelo presídio de Mauá foi tramada em conversas telefônicas captadas em escutas feitas pela polícia
ANDRÉ CARAMANTE
DA REPORTAGEM LOCAL
A Polícia Civil de Mauá
(ABC) prendeu ontem um dos
três homens procurados pelo
assassinato do diretor do CDP
(Centro de Detenção Provisória) da cidade, Wellington Rodrigo Segura, 31, ocorrido na
noite do dia 26 de janeiro.
Fábio Aparecido de Almeida,
26, o Magrelo, estava numa
chácara de parentes em Rio
Grande da Serra, também no
ABC. Ao ser preso, ele assumiu
ser integrante da facção criminosa PCC (Primeiro Comando
da Capital), segundo a polícia.
Até a noite de ontem, Almeida ainda não havia constituído
advogado de defesa.
Para chegar a Almeida, o delegado Américo dos Santos Neto disse que contou com escutas telefônicas feitas pelo Demacro (Departamento de Polícia Judiciária da Macro São
Paulo) e nas quais criminosos
-presos e outros em liberdade- tramaram a morte de Segura, que levou quatro tiros.
Num grampo telefônico, feito na tarde da sexta-feira em
que Segura foi morto, criminosos ligaram para presidiários ligados ao PCC e disseram a seguinte frase: "A Parati já está na
mão e hoje vai ter baile funk".
Para chegar ao local onde foi
armada uma emboscada contra
Segura, os três criminosos usaram exatamente uma Parati
preta. O veículo foi encontrado
pela polícia no dia seguinte ao
crime e estava parcialmente
destruído pelo fogo.
A polícia só conseguiu interpretar o sentido de "vai ter baile
funk" no grampo telefônico
após o assassinato de Segura.
Depois do crime, vários diretores de presídios, principalmente no oeste do Estado, onde estão cerca de 32 mil presidiários hoje, receberam reforço
em seus esquemas de segurança. Atualmente, alguns diretores de presídios só saem às ruas
acompanhados de PMs e usando coletes à prova de bala.
O detento José Cláudio Pires
Leal Albino, o Carrefour, que
está na Penitenciária 2 de Presidente Venceslau (620 km de
SP), é um dos que serão acusados pela morte de Segura, que
era visto como "linha-dura" pelos integrantes do PCC.
Outra ajuda para chegar aos
assassinos de Segura, já que os
outros seis acusados de envolvimento em sua morte já estão
identificados (três detentos e
outros três nas ruas, além de
Almeida), foi o depoimento de
um presidiário que deve R$
6.000 ao PCC e está jurado de
morte pela facção criminosa.
Neste ano, esse detento relatou em depoimentos à SAP (Secretaria da Administração Penitenciária) e à polícia um plano para matar diretores de presídios no Estado.
Esse detento estava no CDP
de Parelheiros, zona sul de São
Paulo. Depois das denúncias foi
transferido pela SAP.
A polícia também tem a convicção de que os criminosos do
PCC ligados à morte de Segura
foram "premiados" pela organização criminosa: com o assassinato, Almeida foi "promovido" ao posto de "sintonia"
(espécie de gerente) da facção
na região de Mauá. Antes ele
cuidava da administração do
dinheiro arrecadado pelo grupo naquela área do ABC.
Texto Anterior: Polícia entra em alerta após ataque a ônibus e carro da PM Próximo Texto: Cartilha escolar compara beijo a chocolate Índice
|